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CORONA VÍRUS | Trabalhadora lojista: "A única medida que tomaram foi nos proibir de falar sobre o Vírus"

Recebemos mais uma denúncia anônima de uma trabalhadora de uma loja no Barra Shopping, no Rio de Janeiro, acerca dos abusos da patronal em meio a crise do Corona Vírus.

sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia

Imagem: Jornal da Barra

Reproduzimos abaixo o relato de uma trabalhadora lojista do Barra Shopping, que foi fechado no dia 18 de março, terça-feira:

"Assim que começou a noticiar em todos os canais, tanto de televisão quanto os de internet, começamos a nos assustar e nos questionar muito sobre como isso poderia afetar o nosso trabalho, conversávamos direto sobre os cuidados que deveríamos ter e o quão grave seria se uma de nos pegássemos o vírus de alguma cliente. Na loja onde trabalho, todas são mães ou vivem com pessoas que estão classificadas como risco eminente, mediante a isso a histeria tomou conta. A primeira e única medida que tomaram para abafar o caso foi a proibição das conversas sobre o CoronaVírus, porque isso afastaria as clientes o que afetaria o nosso salario pois somos comissionadas. Uma coisa que sempre ficou bem claro é que sem meta, sem comissão, sem comissão, sem salario que dê para pagar minimamente as contas. O que nos deixou mais preocupadas. O pior não era nem estar exposta ao Covid-19, mas sim ter a possibilidade de perder o emprego caso o shopping fechasse.

Com o passar os dias o faturamento da loja foi caindo de uma forma absurda, para uma loja que vendia 15mil reais as vezes não conseguir chegar nem a 500 reais já escancarava a instabilidade do comercio, o que foi nos gerando mais insegurança referente ao nosso salario e o medo de uma demissão.

Conforme os dias foram passando, fui passando de loja em loja para saber o que estava acontecendo e quais medidas tinham sido tomadas pelas outras empresas, os funcionários me relataram as mesmas orientações que a minha loja tinha dado.

Comecei a apresentar os sintomas porque provavelmente me foi transmitido por uma cliente e fui dispensada do trabalho sem concluir a carga horaria e não tive respaldo algum de se receberia pelo dia, tive que pedir a um colega para ficar na casa dele pois todos que moram comigo são classificados como risco. Sigo sem conseguir fazer o teste porque o meu quadro não é grave.

Ate agora não anunciaram as demissões, mas nada nos dá segurança de que permaneceremos nos nossos postos de trabalho.

Trabalho em shopping há muito tempo e venho acompanhando a crescente onda de idosos trabalhando em postos precários como o setor terceirizado de limpeza e a área de alimentação. Se, nós que somos novos tememos por nossas vidas e a nossa permanência no mercado de trabalho, imagina essas pessoas que não tem garantia e assistência alguma.

Enquanto eu ainda estava no shopping uma das coisas que mais me surpreendeu e escancarou a crise que iria se abrir nesse processo todo foi uma conversa que tive com uma terceirizada da limpeza que trabalhava no banheiro, que virou pra mim e disse ’estou condenada à morte, né? Ou eu morro pelo corona ou morro de fome se eu ficar sem o emprego’, por mais duro que isso seja, é basicamente a realidade que nós vivemos."

Vemos que os planos dos capitalistas é que sejam a juventude precarizada e os trabalhadores a pagarem com suas vidas por essa crise. É necessário exigir dos governos medidas que garantam saúde e condições dignas para esses jovens e liberação imediata dos funcionários de serviços não emergenciais, com direito de pagamento dos salários e proibição de demissão.

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