A repressão policial ao lazer chega a um ápice de violência reacionária neste sábado (05/03) com a PM atirando bombas de efeito moral e balas de borracha contra a juventude que festejava o carnaval na Orla do Guaíba, em Porto Alegre/RS
domingo 6 de março de 2022 | Edição do dia
A juventude de Porto Alegre e da região metropolitana aproveitava um cortejo de carnaval ao lado da Usina do Gasômetro, quando as forças de repressão violentaram esses que, após enfrentar dois anos de pandemia, têm mais uma vez seu direito ao lazer roubado pelos projetos liberais como os do Prefeito bolsonarista Sebastião Melo (MDB) e do Governador mentiroso Eduardo Leite (PSDB).
A festa acontecia em local afastado de imóveis residenciais e em local aberto, porém para os cães de guarda da burguesia isso não é licença para permitir que os jovens se divirtam sem render dinheiro para os empresários. Segundo denúncia de foliões presentes, as "Forças Especiais da Guarda Municipal” (ROMU), primeiro expulsaram os vendedores ambulantes da região, depois ameaçaram os músicos e dispersaram violentamente a festa. Sob balas de borracha, bombas de efeito moral e cavalaria, as forças de repressão empurraram a multidão pela Rua Riachuelo no Centro Histórico de Porto Alegre/RS. O Esquerda Diário recebeu um depoimento onde é relatado o seguinte trecho:
“A gente não tava atrapalhando ninguém, era só a gente curtindo, só a juventude se divertindo após dois anos de pandemia, mesmo assim a polícia foi lá colocar a sirene no nossos ouvidos, começou a nos prensar e jogar uma quantidade imensa de bombas de efeito moral, parecia que eles tinham um monte de bomba e iam atirare até acabar, parecia que tinham jogado umas 80 bombas. Nisso veio uma multidão de foliões pra Praça do Aeromóvel, atravessando a Orla, onde eles seguiram nos expulsando abaixo de tiro, porrada e bomba. Eu vi amigos meus tomarem tiro só por estarem se divertindo!” Denúncia anônima.
Em vídeos é possível contar 6 viaturas e dezenas de policiais colocados na região para repressão da juventude. Veja um dos vídeos abaixo:
Enquanto eram expulsos, a multidão gritava enraivecida: “não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar”, “Melo vai se fuder, você não vai privatizar o meu rolê” e "polícia vai se fuder e leva o Melo e o Leite com você”. Ainda há relato de feridos pela ação brutal executada pela polícia a mando do governo e prefeitura. Recebemos foto de um dos feridos pelas balas de borracha, a qual reproduzimos abaixo.
Melo e Leite fizeram uma pessima gestão da pandêmia, mas agora utilizam demagogicamente das medidas sanitárias como justificativa pra reprimir a juventude. Porém nós lembramos que a repressão ao carnaval não é algo novo pra os porto-alegrenses. Leia mais sobre nessa matéria que resgatamos de 2020: “Polícia de Leite reprime carnaval de rua de Porto Alegre, mostrando a ’democracia’ do PSDB”. Em 2019 ocorreram repressões ainda mais violentas que podem ser relembradas neste texto: “Brigada Militar reprime carnaval na Cidade Baixa, em Porto Alegre”.
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