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PM RACISTA | Tia de João Pedro denuncia racismo da polícia: “Não é porque ele era negro que era bandido”

“Ele estava apenas se divertindo. Não aceito isso, quero justiça". O triste relato da tia mostra mais uma família que tem a vida de um jovem ceifada pela política genocida e racista de Witzel, sem trégua nem em meio a pandemia.

terça-feira 19 de maio de 2020 | Edição do dia

Poucos dias após o 13 de maio, onde os negros no Brasil relembram o passado de luta e resistência das revoltas, quilombos, fugas e greves de negros escravizados e trabalhadores “livres”, a polícia no Rio de Janeiro assassinou de maneira covarde um menino negro de apenas 14 anos, João Pedro, no complexo do Salgueiro em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

Desde o início do mês Witzel vem retomando sua política racista de repressão nas favelas, foram operações em Acarí, Vidigal, no Complexo do Alemão que assassinou 13 pessoas, entre outras regiões. Essa retomada de sua política que se apoia na violência policial nas favelas se acentuou justamente no momento em que o Rio de Janeiro entra nos piores momentos da crise do covid-19, com pessoas morrendo em filas esperando um leito ou respirador, agravada pela crise política que começa a se instaurar em seu governo com denúncias de corrupção envolvendo a secretaria estadual de Saúde.

A pandemia comprovadamente é mais letal entre negros, e vem dizimando as comunidades negras principalmente nos EUA e em países da África, aqui como nesses outros lugares, os negros e negras que estão nos postos de serviços essenciais e mais precários vem pagando a conta dessa crise, já são milhões de desempregados e muitas famílias já sofrem com a fome sem ter acesso ao auxílio emergencial. Witzel escolhe dar uma cara ainda mais racista a toda essa crise, não bastasse as subnotificações, a falta de testes a precariedade das condições de moradia onde trabalhadores não têm acesso a água encanada, ele retoma seu projeto racista de repressão em favelas que aprofunda o racismo estrutural.

João Pedro foi vítima de uma política que não tem nada a oferecer a nós negros, além de repressão e miséria. Tirar a vida de um menino negro de 14 anos é arrancar o sonho de uma família trabalhadora, é acabar com os sonhos de um jovem que como milhões de crianças negros e pobres que crescem nas comunidades do Rio com medo da violência policial, cheias de esperanças de que esse cenário de miséria, operação policial e mortes possa um dia acabar. O responsável por essa política racista é Witzel, o pai de João Pedro denunciou o governador e a polícia:

“Eles chegaram atirando. Se soubessem a índole do meu filho não teriam feito isso. A vida do meu filho era escola, igreja e jogos, no celular Interromperam o sonho do meu filho de ser alguém. A sua polícia, governador, não matou só um jovem. Matou uma família inteira, Matou um pai, uma mãe, a irmã e principalmente João Pedro.”

Sua tia também denunciou emocionada o racismo e a brutalidade da violência policial que assassinou o jovem com um tiro na barriga enquanto estava dentro de casa brincando de sinuca e jogando no celular, com seu primo:

“Meu sobrinho era negro, mas não é porque ele era negro que ele era bandido. Ele estava apenas se divertindo. Não aceito isso, quero justiça.”

Denúncia do Primo:

O racismo é tão cruel que mesmo sendo uma jovem de 14 anos brincando dentro de casa não se está seguro de nada, essa é a terrível realidade da vida de milhões que são negros e compõe mais da metade da população brasileira. Assassinatos como o de João de Pedro, assim como foi de outras crianças como Agatha também são comemorados por racistas como Bolsonaro e os militares, cabe lembrar que foi o general Braga Neto que encabeça o gabinete de crise que dirigiu a intervenção federal no Rio que também reprimiu nas favelas e no mesmo período Marielle Franco que denunciava a violência policial foi brutalmente assassinada.

Nós do Esquerda Diário e do Quilombo Vermelho também exigimos justiça para o João Pedro e todos que foram assassinados pela repressão racista do Rio e nos solidarizamos com todos familiares e amigos de João Pedro e todos aqueles que tiveram seus parentes e amigos arrancados pela violência policial.




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