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Greve dos terceirizados RN | Terceirizados da saúde do RN denunciam situação de fome com salários atrasados

Nessa quinta-feira, 14, uma ação dos trabalhadores da limpeza, alimentação, maqueiros e da lavanderia do hospital estadual Walfredo Gurgel, denunciava a situação de fome que estes trabalhadores e suas famílias estão passando frente ao atraso no pagamento dos salários e outros benefícios da categoria.

sexta-feira 15 de outubro de 2021 | Edição do dia

Como relatou um trabalhador da limpeza, da empresa Safe: “todo mês ta atrasando o pagamento, atrasa salário, vale transporte, salário-família que é o vale alimentação todo mês atrasa. É pra ser pago no quinto dia útil e não paga, só paga depois do dia 20… diz que a gente ta sem contrato no estado, aí só paga a partir do dia 20. Ta parado o pessoal da higienização que é o Politrauma, maqueiro, pessoal limpa o térreo, os andares, a UTI… tudo parado.”

Os terceirizados estão com dois meses de salários atrasados, há vários meses sendo pagos com atraso, junto aos demais benefícios. Nos últimos meses, esses trabalhadores têm paralisado parcialmente suas atividades, diminuindo a quantidade de funcionários a maior parte do expediente, até que seus salários fossem pagos.

Essa situação de fome que afeta os terceirizados, tem atingido também os servidores efetivos e acompanhantes. Os terceirizados da empresa JMT que cuidam da alimentação também estão paralisados, o que acaba faltando comida para alimentar a todos os que trabalhadores e usuários dos hospitais estaduais.

Tereza, que é dentista e servidora efetiva, participou da ação em apoio à luta dos terceirizados: “Boa tarde, sou dentista aqui do hospital, trabalho na UTI, to aqui muito mais como apoiadora, por que em virtude da escala eu só consigo passar um plantão-dia aqui, e muitos colegas eles funcionam nessa escala de plantão com a necessidade de alimentação, e hoje a situação ficou insustentável. Tanto os servidores quanto acompanhantes não tem como suprir essa necessidade, muitos deles não tem condição financeira de arcar com essa alimentação, e hoje um hospital de grande porte que é o Walfrego Gurgel, maior hospital do estado, hospital referência, e hoje não tem como manter essa alimentação e toda a sua estrutura funcionando. Então é uma situação que tá se tornando de calamidade e a gente espera que tenha uma resolução no curto prazo, por que do jeito que está nós não temos mais condições de manter a contento, por que os servidores estão cada vez mais com a necessidade urgente de resolver seu problema.”

Como ela diz, uma situação que beira a calamidade, com trabalhadores tendo que pagar a ida do trabalho e o alimento do próprio bolso. Por responsabilidade das empresas terceirizadas que prestam serviço, mas também do governo do estado de Fátima Bezerra (PT), que estão há meses em um jogo de empurra-empurra da responsabilidade pelo pagamento desses terceirizados. As empresas alegam que não receberam da Sesap (Secretaria de Saúde Pública do RN), a Sesap diz que ta faltando documentos que comprovem esse atraso, e os trabalhadores ficam sem solução. Enquanto isso, os funcionários que são encarregados, parte do governo do estado, assediam os terceirizados a continuarem trabalhando, com ameaça de demissão caso participem da greve.

Uma situação que acontece também na rede municipal, do prefeito Álvaro Dias (PSDB), que até a manutenção dos ar condicionados está parada, gerando goteiras e falta de refrigeração nos hospitais do município. Os funcionários da alimentação e de outras empresas que também são contratadas no estado, estão na mesma situação também realizando paralisações exigindo pagamento dos salários, que há pelo menos 3 anos não tem reajuste.

Uma situação de completo descaso com a vida desses trabalhadores por parte do governo de Fátima Bezerra, que junto ao reacionário prefeito Álvaro Dias são responsáveis pela situação de fome desses trabalhadores, além de terem ampliado a terceirização nos seus governos, como relatam também outras categorias do estado, como os servidores do DETRAN-RN. É necessário cercar de solidariedade a esses trabalhadores terceirizados, que farão também uma ação de greve junto aos efetivos no dia 19 de Outubro, às 9h, em frente a Governadoria. Todo apoio é urgente e necessário, em primeiro lugar dos sindicatos da CUT e CTB, dirigidos pelo PT e PCdoB, que rompam sua paralisia e fortaleçam a luta dos terceirizados, mas também as entidades estudantis dirigidas pela UNE.




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