Com quase duas décadas de estrada, a Antropofágica é um grupo de teatro de São Paulo que carrega em sua trajetória a ousadia estética e a criticidade em experimentos que degustam e compartilham com o público, devorando as contradições para depois colocá-la à mesa, desnaturalizando os absurdos que o capitalismo e o imperialismo tentam nos impor.
sexta-feira 30 de novembro de 2018 | Edição do dia
Desde 2002 o coletivo realiza espetáculos, intervenções artísticas, oficinas e estudos, atuando tanto em sua sede quanto em espaços culturais, escolas públicas e ruas da cidade de São Paulo.
No próximo dia 4 de dezembro estréia novo espetáculo, sob o título “E.M.E.R.G.Ê.N.C.I.A.: Espasmos Mnemônicos Extra Reacionários Geradores de Experiências sobre Natureza e Cultura de Ilações Anti-Capitalistas. Segundo descrição da própria companhia, a peça busca responder à urgência da realidade cotidiana, histórica, individual e coletiva, sob a égide da modernidade tóxica.
Muitos foram os espetáculos da companhia no decorrer de sua trajetória que impulsionaram debates fundamentais, desnudando as contradições do capitalismo e experimentando estética e dramaturgia em total oposição à indústria cultural e mesmo ao molde cristalizado dos que fazem “teatro político”. Como exemplo, podemos citar e relembrar “Marragony Marragoni: Suíte Antropofágica nº 1 - mutato nomine de the fabula narrator”, trabalho imprescindível do grupo que trouxe à luz da discussão as relações entre mundo do trabalho e tempo livre. A alegoria da
“cidade entretenimento” é uma crítica ácida à espetacularização e as formas do espetáculo. Da cultura erudita à popular, a companhia brinca com diversos elementos e bebendo na fonte bretchiniana do teatro épico, incorpora a esta estética a estrutura rapsódica do Macunaíma de Mário de Andrade.
Trylogia Terror e Miséria também marca a história do grupo, retratando desde a Colônia Brasileira, o Império, até a República, com seus alternados presidentes.
Fazem parte ainda do histórico da companhia os espetáculos: Macunaíma no País do Rei da Vela (2002), A Tragédia de João e Maria - Teatro da Deformação (2003), Prometeu Estudo Nº 1.1 (2004), Náufragos da Rua Constança - homo capita no sapiens (2006), Kabaré Antropofágico (2011), Furo no Casco (2014), M. Isso não é uma peça feminista (2015), Estudo para o Terror (2015), Desterrados UR EX DES MACHINE (2015), Vyridiana dos Desafortunados (2015) e OPUS XV (2018).
Estreia: 04 de dezembro de 2018
Temporada: 04 a 21 de dezembro de 2018
Horários: De Terça a Sexta-feira às 20h / Sábado e Domingo 19h e 21h (duas sessões)
Preço: Gratuito - Classificação Indicativa: 18 anos
Local: Espaço Pyndorama
Rua Turiassú, 481 – Fundos – São Paulo - SP
Mais informações: 11 38710373 / [email protected]