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ESPECIAL PREVIDÊNCIA | "Temer faz demagogia com sua aposentadoria", diz Diana Assunção, candidata a vereadora em SP

Com a hipocrisia e o cinismo que lhes são característicos, Temer afirmou que nem ele receberá aposentadoria caso a reforma da previdência não for aprovada. O presidente golpista ainda disse que, se a PEC 241 não for garantida, será a falência do Estado brasileiro.

sexta-feira 30 de setembro de 2016 | Edição do dia

Em tom de ameaça, Temer reafirmou a necessidade dos ataques que seu governo pretende aplicar contra os trabalhadores. Embora ele repita como um mantra que "não vamos violar direito adquirido" as principais mudanças já anunciadas falam por si. O que o governo quer que trabalhemos até morrer, impondo uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, podendo aumentar ainda mais, como mostramos aqui.

Em seu discurso no 8º Fórum Econômico da Revista Exame, Temer afirmou cinicamente que "se não fizermos nada, em seis ou sete anos, quando eu, aposentado, for lá no governo buscar meu benefício, eles não terão dinheiro para pagar". Diana Assunção, candidata a vereadores pelo MRT em São Paulo comentou: "É muita demagogia de Temer. Ele se aposentou aos 55 anos, e ganha mais de R$ 30 mil dos cofres públicos para garantir seus privilégios até o final da vida. Seu patrimônio declarado, em 2014, era de R$ 7,5 milhões, sem contar os R$ 2 milhões em imóveis que tem o seu filho de 7 anos. A declaração do presidente golpista é um deboche com os trabalhadores brasileiros."

Em recente entrevista Flávia Valle, candidata a vereadora do MRT pelo PSOL em Contagem-MG, também comentou a proposta de reforma da previdência: "É particularmente cruel nas profissões mais precárias que alguém com 60 anos de idade já não consegue exercer, nem falar no campo e lugares onde o trabalho informal é muito maior." Muitos trabalhadores dessas profissões nem atingem a idade mínima proposta por Temer, e tantos outros, quando atingem, já estão demasiadamente adoecidos pelo trabalho, gastando suas míseras aposentadorias em tratamentos e remédios.

O principal argumento de Temer sobre a necessidade de garantir esse ataque é o suposto défict do regime geral da Previdência, que, segundo ele, tende a subir. Na mesma entrevista, Flávia Valle afirmou: "Na verdade pesquisadores mostram que existe receita suficiente no sistema de previdência social mas que uma parte deste dinheiro ao invés de ir para este destino, é usado para outras coisas no orçamento. E, como sabemos quase 50% do orçamento federal é usado pagando a dívida interna e externa. É uma grande mentira essa falta de recursos porque não questionam onde vão parar as entradas que o sistema deveria ter nem onde vão parar." Ou seja, o ataque à aposentadoria é uma questão de prioridade do governo porque querem fazer com a classe trabalhadora pague pela crise capitalista.

No mesmo discurso, Temer reafirmou a necessidade de aprovar a PEC 241, chamada "PEC do teto de gastos". A ameaça do presidente com a PEC é que, caso ela não seja aprovada, seria necessário aumentar a carga tributária. Isso geraria também o aumento da dívida pública, que hoje já consome mais de 40% do PIB. Segundo ele, seria "a falência do Estado brasileiro". Ele se diz "muito confiante" de que os deputados aprovarão a proposta.

Diana Assunção comentou sobre a PEC: "O congelamento dos gastos públicos durante 20 anos, que não prevê nenhum corte no pagamento da dívida pública ou nos privilégios da casta política e de altos cargos do judiciário, só pode cair nas costas dos trabalhadores. Serão congelados os salários dos servidores, os recursos em saúde, educação, moradia."

Flavia Valle, que é professora em Contagem-MG também alertou: "O texto atual da PEC acaba com a vinculação de receitas federais para educação e para saúde. Duas áreas já muito precarizadas, perdendo o mínimo de investimento previsto atualmente, serão ainda mais sucateadas."

O governo golpista de Temer precisa aprovar esse e outros ataques pois foi para isso que assumiu o posto. Garantirá, custe o que custar, o pagamento da dívida pública, entregando quase metade do PIB aos donos de títulos da dívida. Para tanto, é necessário retirar direitos, privatizar, aumentar os lucros patrões, contando com o apoio de um parlamento corrupto e cheio de privilégios.

É necessário uma grande luta contra esse governo e suas medidas, desde as bases, com assembleias em cada local de trabalho, acabando com a paralisia das centrais ex- governistas como CUT e CTB, indo muito além de alguns "dias de luta". Como disse Diana: "A verdadeira força para se enfrentar com Temer virá de organizar a raiva que ouvimos de tantos trabalhadores destas ameaças a nossos direitos. "




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