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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Temer elogia Macri por aprovar a reforma espancando manifestantes, nosso exemplo são os trabalhadores argentinos

Temer falou que a reforma da previdência na Argentina “dá exemplo” para arrancar a nossa aposentadoria no Brasil. Depois de gastar bilhões comprando deputados para aprovar esse ataque a nossos direitos ele agora elogia a pancadaria feita pelo presidente argentino. A reforma da previdência foi aprovada no país vizinho enquanto os manifestantes eram atacados por gás lacrimogênio e bala de borracha.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

quinta-feira 21 de dezembro de 2017 | Edição do dia

O “exemplo” argentino para Temer foi arrancar o pão e as condições de vida de milhões de pessoas. Porém esse ataque não ocorreu sem custos, ocorreram enormes atos que batalharam contra a repressão policial e contra a aprovação da reforma. Para nós o exemplo vem da luta dos trabalhadores, dos idosos e dos jovens que mostraram que com uma ação decidida é possível resistir aos ataques.

A resposta da população foi um panelaço madrugada a dentro, até mesmo em bairros ricos onde Macri teve maioria eleitoral se ouviu o imenso repúdio.

Temer quer se apoiar na votação da reforma no país vizinho para incentivar a votação no Brasil. Um ataque articulado internacionalmente para fazer os trabalhadores, idosos e os mais pobres pagarem pela crise, enquanto milhões de pessoas vão sofrer sem aposentadoria, os governos e empresários dos países gozam de riqueza e luxo. Essa contradição de classe vem cada vez mais sido desmascarada e gerando raiva da população.

A resistência combativa foi o imprevisto que nem Temer, nem Macri contavam. A ação decidida da esquerda revolucionária, do sindicalismo combativo e da juventude, por horas diversas organizações sociais e políticas, especialmente a FIT (Frente de Esquerda Argentina) se enfrentou com a polícia, com destaque o PTS (Partido dos Trabalhadores Socialista) que mobilizou milhares de pessoas e organizou comissões de operários e jovens para ir as ruas resistir a ataque. Junto aos parlamentares do PTS que desde o plenário do congresso combateram e denunciaram a votação e logo após se juntaram ao ato.

A forte manifestação na Argentina aconteceu apesar das centrais sindicais que não construíram a paralisação de verdade, quando nem sequer a convocaram. A decisão para mobilizar as fábricas e tentar impor uma grande manifestação e greve geral é um exemplo para nós aqui.

Esse é o nosso exemplo de luta, o oposto do exemplo de Temer. Exemplos irreconciliáveis e inimigos, apesar dos governos conseguirem aplicar os ataques, nem no Brasil nem na Argentina foi possível derrotar o ódio popular e ganhar de novo uma nova estabilidade para governar. A força que tenhamos para se enfrentar com a reforma aqui pode fortalecer a luta pela revogação lá na Argentina. Ainda há tempo, podemos derrotar Temer e os capitalistas.

O nosso exemplo são aqueles que estavam nas ruas, que mesmo com bengalas mostravam que ainda corre sangue nas veias daqueles que não vão permitir que a crise caia em nossas costas.




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