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CORONAVÍRUS | “Tem que deixar de ser um país de maricas”, diz Bolsonaro minimizando COVID-19 no Brasil

Com o mundo vivendo fases da segunda onda da pandemia de covid-19, o presidente negacionista Jair Bolsonaro disse hoje, terça (10), que o Brasil "tem que deixar de ser um País de maricas".

terça-feira 10 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: AFP

No Brasil, 5,699 milhões de pessoas foram contaminadas pela covid-19, e 162,8 mil pessoas morreram em decorrência da doença e do descaso dos governos.

"Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", disse em cerimônia no Palácio do Planalto.

Veja também: Ministério da Saúde paralisa gastos com a COVID-19 em meio a 162 mil mortes pela pandemia

Países da Europa, que assistiram a um agravamento da situação no início do ano antes mesmo de a doença chegar com força no Brasil, estão passando pela segunda onda.

"Aqui começam a amedrontar povo brasileiro com segunda onda. Tem que enfrentar, é a vida", afirmou o presidente. O presidente voltou a criticar decisões de prefeitos e governadores de restringir atividades no período mais crítico da pandemia no Brasil e comparou as medidas a "coisa de ditadura". "Algemar mulher de biquíni na praia é covardia, patifaria, coisa de ditadura. E me chamam de ditador", afirmou.

"Tenho, como chefe de Estado, que tomar decisões que não me deixaram tomar. O que faltou para nós não foi um líder, mas deixar o líder trabalhar", emendou. Bolsonaro citou pesquisas, segundo ele ainda não comprovadas, que mostrariam que o número de mortes por covid não chegam a 20% do total de óbitos no País.

"Não tem carinho, não tem sentimento? Tenho sim, por todos que morreram. Mas foi superdimensionado", criticou. Bolsonaro reclamou ainda de "não ter paz para absolutamente nada" e defendeu a busca por mudanças. Ele criticou o que viu como fragilidades da geração atual. "No meu tempo, bullying na escola era porrada. Agora, chamar de gordo é bullying", disparou.

Em um cenário em que Bolsonaro, Mourão e todo esse regime golpista rebaixam cada vez mais as condições de vida dos trabalhadores e do povo pobre, descarregando a crise econômica aprofundada pela pandemia, de aumento do preço dos alimentos, o auxílio emergencial já reduzido e com data marcada para acabar, ataques como a Reforma Administrativa, Bolsonaro destila desprezo pelas vidas brasileiras. Afinal nem ele, nem os governadores, atenderam à necessidade de testes massivos para rotear o vírus e realizar quarentena efetiva, sem fortalecer autoritarismo estatal que persegue jovens e o conjunto da população com as polícias em suposto “combate” à covid-19. Inclusive, impuseram que a maioria da população continuasse a trabalhar, exposta ao vírus.

Por isso o Esquerda Diário colocou desde o início a necessidade dos testes massivos, da liberação remunerada de serviços não-essenciais e uma renda emergencial de R$ 2.000. Somente com os sistemas público e privado de saúde unificados, com um SUS 100% estatal, sob controle dos trabalhadores, que têm real noção das necessidades da população, é que pode dar um combate de fato à pandemia.

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Fontes: Agência Estado e OMS




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