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PRESSÃO POR MAIS LUCRO E MENOS ACESSO À INTERNET | Teles querem autorização para cobrar mais caro de clientes e restringir serviços

terça-feira 5 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Para os bilionários capitalistas o lucro nunca é suficiente, e por isso os empresários das teles estão pressionando os políticos – que, como sabemos, moram em “seus bolsos” - para tentar arrumar uma forma de extorquir ainda mais os usuários de internet no Brasil, que hoje dependem totalmente dos caros e péssimos serviços prestados pelo oligopólio de empresas que dominam esse mercado totalmente privatizado.

A jogada da vez é tentar acabar com o que se chama de “neutralidade da rede”. Esse princípio, hoje vigente na internet no Brasil – mas que vem sendo atacado nos Estados Unidos e com esse ataque sendo imitado pelas empresas brasileiras – impede que as operadores deem prioridade a algum cliente que pague mais caro ou restrinjam o acesso de dados dos que paguem menos.

A liberação faria com que tivéssemos que pagar por “pacotes de dados”, por exemplo, como já acontece com a telefonia móvel. Também poderiam ser firmados acordos entre os provedores de internet e os produtores de conteúdo (entre um provedor e a Netflix, por exemplo, que tem milhões de usuários no país), para fazer com que os clientes tenham que pagar preços diferentes pelo provimento do serviço.

Segundo o jornal O Globo, apesar da cobrança que existe há algum tempo das operadoras pelo fim da neutralidade da rede, o governo não está disposto a mexer nesse vespeiro no momento. Talvez dependa ainda de que “favores” essas empresas poderão fazer aos candidatos à reeleição em 2018.

Nos EUA, existe uma expectativa de que a FCC (Comissão Federal de Comunicação) acabe com a neutralidade da rede a partir do dia 14, beneficiando os empresários do setor. Evidentemente, a decisão beneficiaria a pressão dos empresários brasileiros, e, como afirmou uma fonte d’O Globo:

“A mudança nos EUA vai criar um debate no Brasil que pode resultar na mudança do Marco Civil da Internet. Não é cabível que uma lei interfira no processo de gestão de rede. Com o avanço da internet das coisas e da digitalização das empresas, não faz sentido todos os clientes terem o mesmo tratamento. A decisão dos EUA reforça esse entendimento.”

Sim, para os capitalistas, “não é cabível” que qualquer tipo de lei prejudique seus lucros em nome de um mínimo que seja de igualdade na prestação de serviços a clientes. Se não é assim com nada, por que seria com a internet? É evidente que quem sai prejudicado são os que podem pagar menos, como em tudo no capitalismo. Um advogado ouvido pelo Globo corroborou isso, afirmando que: “Sem as regras do Marco Civil, os pequenos clientes vão perder qualidade de rede e velocidade para os grandes clientes que consomem mais dados e são mais importantes para as teles.”

Hoje a internet é ainda um artigo caro no Brasil, sendo que a maior parte da população desfruta de um acesso escasso e ultra-precário de um serviço que é de imensa importância no cotidiano de todos. Isso se deve ao fato de que está nas mãos dessas empresas privadas, que cobram caro por um serviço de péssima qualidade e já possuem muitos mecanismos de privilegiar quem têm grana para aumentar seus lucros, não apenas com pacotes de dados diferenciados em telefonias móveis, mas com uma qualidade de serviço completamente diferente em regiões ricas e pobres.

A democratização da comunicação no Brasil passa pela estatização dessas empresas sob controle dos trabalhadores e usuários, garantindo que os bilhões destinados ao lucro sejam investidos em melhora dos serviços e democratização da internet no país.




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