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DESEMPREGO | Taxa de desemprego bate recorde e chega a 10,2%

Dados da PNAD contínua apontam alta em relação ao último trimestre e também em relação ao mesmo trimestre em 2015. São 10,4 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, 1,3 milhão a mais do que no trimestre anterior.

quinta-feira 21 de abril de 2016 | Edição do dia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta (20) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), referentes ao trimestre encerrado em fevereiro de 2016, o qual abarca dezembro de 2015, janeiro e fevereiro de 2016.

De acordo com a pesquisa, a taxa de desocupação no trimestre móvel foi estimada em 10,2%, acima do trimestre móvel encerrado em novembro de 2015 (9,0%) e superando, também, a do mesmo trimestre do ano anterior (7,4%).

A população classificada como desocupada é de 10,4 milhões de pessoas. Isso significa que mais 1,3 milhão de pessoas perderam seus empregos desde o último trimestre, e na comparação com o mesmo trimestre em 2015, são 3 milhões de pessoas a mais.

Houve queda de 1,5% do número de empregados com carteira assinada no setor privado, e de 3,8% na comparação com 2015. O rendimento médio real permaneceu estável em relação ao último trimestre, mas caiu 3,9% no confronto com os dados de 2015. A renda foi de R$2,012 para R$1.934.

Os dados por grupamentos de atividade mostram que, em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015, ocorreram retrações na indústria geral (-5,9%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-2,5%) e administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,1%) e aumento na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (1,9%). Nos demais grupamentos de atividade não se observou variação estatisticamente significativa.

Frente ao trimestre de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, foram verificados aumentos em serviços domésticos (3,9%); transporte, armazenagem e correio (5,3%) e alojamento e alimentação (4,3%). Houve quedas na indústria geral (-10,4%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-7,7%). Nos demais grupamentos de atividade não se observaram variações significativas.

Enquanto o primeiro plano de manchetes continua sendo o passo a passo da crise política e do impeachment, os dados relativos ao desemprego são usados de forma cínica e decorativa para justificar o golpe institucional, pois seriam a prova cabal da “incompetência” do governo.

No entanto, como analisou Gilson Dantas para o Esquerda Diário, “Quando a crise deles explode, como agora, ampliam o desemprego e achatam o salário dos empregados [através da inflação e do congelamento salarial]. Sempre tratando de manter uma massa desempregada, tanto fora da crise e mais ainda agora, quando lançam “ajustes” inclusive contra os empregados. Cabe aos trabalhadores lançarem sua contraofensiva, contra esses “ajustes” e, mais adiante, na condição de sujeito político, tratarem de mudar as regras do jogo pela raiz, acabando com as leis capitalistas do salário.”

A verdade é que os responsáveis pelo impeachment, cada vez mais unificados em torno do PMDB e sua ponte para o futuro, tentam vender a velha ideia de que se a economia vai bem para os empresários, vai bem para os trabalhadores, de que a situação insuportável em que se encontram os trabalhadores, com um horizonte de desemprego, renda decrescente e aumento da carestia de vida, seria resolvida com mais trabalho precário, menos direitos, ou seja, um outro jeito de dizer que os trabalhadores sempre devem pagar pela crise. Como se todos os ataques sofridos pela classe trabalhadora nos últimos anos, e o enorme avanço da terceirização e do emprego rotativo e temporário, não fosse suficiente e não mostrasse o quanto não é possível conciliar os interesses de quem só quer explorar e lucrar milhões e o de quem só trabalha, cada vez mais e por menos.

É preciso que se proíba as demissões no país!

O Brasil já chegou a mais de 10 milhões de desempregados no Brasil com a crise econômica. As grandes organizações sindicais, estudantis e vários movimentos sociais, como CUT, UNE, CTB, MST, entre outras, que durante o governo do PT foram coniventes com o sucateamento da educação, saúde, transporte e retirada de direitos no país, mantiveram, até onde conseguiram, impossibilitados os trabalhadores e a juventude de sair às ruas contra os desmandos do governo e retirada de direitos. Estas entidades que possuem uma relação mais próxima com o governo devem lutar por uma lei que proíba as demissões, assim como exijam de seus parlamentares que todo trabalhador receba o mesmo salário estipulado pelo DIEESE.

Frente à crise que assola o país é necessário proibir as demissões em curso hoje e repudiar fortemente o golpe institucional em curso no país, com o qual o imperialismo começa a se acomodar. Que a CUT e demais centrais sindicais atualmente engessadas rompam imediatamente sua subordinação com o governo do PT, se preparando também para os ataques do provável governo Temer, e de todos os governos que estão descarregando a crise nas costas dos trabalhadores, e deixem de somente "declarar intenções" contra os inúmeros ataques em curso do governo Dilma, e que coloquem de pé um plano de resistência dos trabalhadores contra os ataques do PT e da direita com uma saída dos trabalhadores que seja independente dos patrões e dos governos.




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