Em mais uma mostra da manipulação do judiciário nas eleições, o TSE acolheu o questionamento da coligação PSL-PRTB, do candidato Bolsonaro, e decretou a retirada da propaganda eleitoral do PT em que era lida uma carta de Lula a seu substituo Fernando Haddad, em uma evidente tentativa de atuar sobre a capacidade de transferência de votos do ex-presidente.
Rafaella LafraiaSão Paulo
terça-feira 18 de setembro de 2018 | Edição do dia
Após a proscrição da candidatura de Lula como candidato presidenciável, o ex-presidente fez uma carta que foi veiculada como propaganda eleitoral para o seu substituto, Fernando Haddad (PT), que continha os dizeres: "E o nosso nome agora é Fernando Haddad" e "Eu quero pedir de coração a todos que votariam mim, que votem no Haddad para presidente".
Entretanto, nesta última segunda-feira (17) a carta foi proibida de ser vinculada como propaganda eleitoral pelo ministro Sergio Banhos, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo o ministro a leitura da carta superaria os 25% do tempo autorizado em lei para um apoiador de uma candidatura, além de expressar apoio ao novo candidato a presidente. O candidato a presidência Jair Bolsonaro (PSL) também contestou a propaganda eleitoral.
A tentativa de veiculação da carta como propaganda eleitoral comprova a tática de transferência de votos do ex-presidente para o novo candidato à presidência, pois nas últimas pesquisas Lula tinha 40% de intenção de votos, mesmo estando em julgamento e antes da barragem da candidatura de Lula pela manipulação do judiciário.
Essa proibição é mais uma forma de manipulação das eleições pelo autoritarismo do judiciário, mas também fortalece o posicionamento apático do PT em enfrentar tais decisões, o que não é nenhuma novidade já que este poderio da casta de juízes se deu, com maior peso, nos anos de governo petista.
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