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TRABALHADOR DE APP | “Só por causa da minha cor, não me deixam usar o banheiro”: denuncia entregador

Em manifestação em São Paulo nesta sexta (5/6), entregadores de aplicativos como Rappi e iFood denunciaram diversos absurdos das empresas e inclusive casos absurdos de racismo.

sexta-feira 5 de junho de 2020 | Edição do dia

Na manhã desta sexta-feira (05/06), trabalhadores de aplicativos de entrega, como iFood e Rappi, fizeram uma manifestação na Avenida Paulista, denunciando as medidas absurdas que as empresas que vêm implementando. -

Além das denúncias em relação às condições precárias e a taxas de entrega baixas, os trabalhadores, em sua grande maioria negros, também denunciaram casos de racismo explícito. Um relato ouvido foi de que não lhes era permitido usar o banheiro nos mercados e restaurantes em que eles iam pegar produtos para fazer entregas, apenas por serem negros.

No Brasil, a herança de mais de 300 anos de escravidão reserva aos negros os piores trabalhos, deixando-os neste momento mais expostos ao vírus, ao mesmo tempo em que possuem maior dificuldade de acesso ao sistema de saúde, com a saúde pública colapsada em diversos estados enquanto o sistema privado tem leitos vagos.São os negros também a maior parte dos moradores de favelas, e que sofrem com a falta d’água e de saneamento básico. Não por acaso, nem por nenhuma razão genética, que em São Paulo os negros tem 62% a mais de chance de morrer de Covid-19 que os brancos.

E nem mesmo durante a pandemia as operações policiais nas favelas param, como mostra o caso de João Pedro, no Rio de Janeiro, que foi assassinado pela polícia dentro de casa, ou os casos de jovens que foram mortos enquanto distribuíam cestas básicas.

Em tempos em que a fúria negra se levanta nos EUA e contagia o mundo, assim como o Brasil, com as manifestações antirracistas e antifascistas, o sentimento de revolta desses entregadores é um respiro de esperança contra a escalada autoritária que vemos no governo.

E no meio disso tudo o vice-presidente, o general Hamilton Mourão, que reivindica os assassinos e torturadores de 1964, diz que não existe racismo no Brasil.

Nós do Esquerda Diário colocamos todas as nossas forças para estar ao lado desses trabalhadores contra o emprego precário, o racismo e o capitalismo! Por isso chamamos todos que puderem aos atos antirracistas e antifascistas de domingo.
Chamamos se somarem na mais ampla batalha dos trabalhadores, movimentos sociais e setores oprimidos pelo Fora Bolsonaro, Mourão e os militares, mas também contra o STF, Maia, a Globo e todos os golpistas que apoiam este regime que só tem a oferecer opressão para os negros.




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