quarta-feira 31 de agosto de 2016 | Edição do dia
Em polêmica votação em que os tucanos já anunciaram que recorrerão ao STF o Senado decidiu cassar o mandato de Dilma Rousseff, porém manteve seus direitos políticos. Esta polêmica tomou todo o começo da sessão final do impeachment. O PT pediu para que estes votos fossem em separado
Após solicitação da defesa de Dilma e aliados, pela divisão da votação em dois quesitos, a inabilitação das funções públicas, e o afastamento. Lewandowski deferiu o pedido da defesa, e a votação seguiu em dois momentos. Apesar da arguição de inúmeros Senadores, como o golpista Collor, em seu recalque de Coronel que sofreu impeachment solicitou que se mantenha a votação de afastamento ligada a inabilitação, que faria que Dilma não pudesse assumir cargos públicos por oito anos.
Antes da votação o presidente do Senado, Renan Calheiros que votou a favor do impeachment, tomou a palavra para dizer publicamente que votaria contrário à perda de direitos políticos. Como ele disse retomando ditado nordestino, não se deve depois da queda ainda dar um coice. Artífice final do golpe institucional quis fazer um aceno ao PT. Capiberibe, do PSB do Amapá também discursou “contra os sectarismos” em nome de um pacto nacional.
Sinais de parte do regime em buscar uma conciliação com o PT?
A mudança de voto de 19 senadores chama a atenção. 16 passaram de favoráveis ao impeachment para um voto contrário à perda de direitos políticos de Dilma, e ainda outros 3 passaram a se abster.
Este tema é parte da análise e perplexidade dos analistas políticos. Seria já um dos jogos políticos entre as forças do governo golpista, que tomará posse em minutos, e o PT? Jogo individual de Renan e uma ala do PMDB tentando marcar certa independência perante Temer para aumentar seu cacife em negociações?
O jogo político não acalma-se com o golpe institucional. Nos locais de trabalho um ronco se escuta. Perplexidade, raiva. Tomará esse ronco as ruas?
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