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REINTEGRAÇÃO DE POSSE | Sem-teto fazem ato e prometem resistir à reintegração de posse de 700 famílias em Bauru

Manifestantes do MSLT marcharam pelas ruas centrais de Bauru, no interior de São Paulo, nesta terça-feira, 11, em protesto contra decisão judicial que determinou a reintegração de posse de duas áreas ocupadas por 700 famílias na periferia da cidade. Com faixas e cartazes, cerca de 2 mil pessoas, segundo os organizadores - 900 segundo a Polícia Militar -, caminharam até o prédio da prefeitura.

terça-feira 11 de abril de 2017 | Edição do dia

De acordo com o Movimento Social de Luta dos Trabalhadores (MSLT), os sem-teto reivindicam a regularização das áreas ocupadas, no Jardim Meire e no Parque Baurulândia, através de um programa de habitação popular.

Os donos de parte das terras obtiveram liminares em ações de reintegração de posse. O despejo está marcado para o dia 23 de maio. Advogados dos proprietários já se reuniram com a Defesa Civil e o comando da Polícia Militar para o cumprimento da ordem judicial. Os ocupantes prometem resistência.

"Parte da área pertence à União e nosso objetivo é transformar em assentamento urbano", disse Luciano Lima.

O advogado Adilson Sartorello afirmou que as áreas são particulares e os vários donos têm matrículas dos imóveis. De acordo com a prefeitura, eles estão analisando a situação de cada família e afirmam negociar junto aos órgãos federais e estaduais para o reassentamento das famílias.

Em São Vicente, no litoral sul de São Paulo, a Polícia Militar cumpriu nesta terça-feira liminar de reintegração de posse de 40 famílias que ocupavam uma área municipal, no Parque Bitaru. Os barracos foram desocupados e demolidos, deixando centenas de pessoas na rua. O terreno fica próximo da Rodovia dos Imigrantes e é considerado pela administração como área de risco.

Os ocupantes foram levados para o Centro de Referência de Assistência Social e devem passar por triagem. De acordo com a prefeitura, a liminar foi dada pela Vara da Fazenda Pública e os moradores já tinham sido notificados e cadastrados pelo município para serem incluídos em programas sociais.

As ações do Estado e das polícias tanto em Bauru como em São Vicente mostram a serviço de quem estão: não hesitam em usar da força e da violência para jogar famílias nas ruas, defendendo o interesse de especuladores milionários que acumulam fortunas com esses terrenos, sem que sejam utilizados. As prefeituras não se dão sequer ao trabalho de proferir mais do que algumas palavras demagógicas, dizendo que cadastraram as famílias em programas sociais e deixando, na prática, crianças, idosos, mulheres e homens no olho da rua.




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