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CÂMARA DOS DEPUTADOS | Sem remorsos pelo golpe, Rodrigo Maia diz que Moro tenta acuar "instituições democráticas"

segunda-feira 7 de outubro de 2019 | Edição do dia

Foto: Antonio Cruz/ Agencia Brasil

O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que Sérgio Moro tem uma estratégia de acuar as instituições democráticas. A declaração foi dada neste domingo, e faz referência ao pacote "anticrime" enviado pelo Ministro da Justiça à Câmara, e desfigurado por uma série de vetos que desagradaram Bolsonaro e Sérgio Moro.

— Acho que o ministro Sergio Moro tenta, como sempre, a estratégia permanente dele, a estratégia de um pouco de pressão, de tentar acuar as instituições democráticas deste país , disse Rodrigo Maia. Moro lançou uma campanha publicitária à favor do pacote que questionava os deputados, na semana passada.

Rodrigo Maia se alçou para tentar a liderança do "bonapartismo institucional", ou seja, o conjunto das instituições que atuou junto com a Lava Jato durante o golpe institucional que foi o impeachment de Dilma Rousef, assim como na prisão arbitrária do Lula para manipular o resultado das eleições.

O mesmo Rodrigo Maia, "defensor da democracia", nada mais é do que parte integrante da casta política, do Centrão golpista que sobrevive politicamente fazendo sua existência se ligar intimamente às reformas anti-operárias e anti-povo, como a reforma trabalhista e da previdência. Por isso, sua pseudo "defesa da democracia" passou por aliança com setores como Eduardo Cunha, durante o impeachment.

O "bonapartismo institucional" tem se relocalizado, e desde a eleição de Bolsonaro, este é o momento que mais encontrou coesão: o STF atua com a possibilidade de validar os vazamentos publicados no Intercept como provas, enquanto que o parlamento atua para fatiar propostas de Moro, e "normalizar" o bolsonarismo. A operação de "normalizar" Bolsonaro, por um lado, parte de colocar certos limites institucionais ao seu governo, e de outro lado, representa um giro à direita das próprias instituições do regime político.

A disputa entre o "bonapartismo institucional" e contra o "bonapartismo imperial" de Bolsonaro (que é mais dependente do executivo e do exército), se configura como disputa dentro da coalisão golpista, organizada para acelerar e aprofundar os ataques que o PT já tinha começado à organizar no último governo Dilma.

Assim, enquanto posa de institucionalista, Maia negocia com governadores a repartição dos royalties da entrega de imensas reservas do pré-sal, foi linha de frente em aprovar a reforma da previdência para fazer os brasileiros trabalharem até morrer, e "democraticamente" aprovou a MP de Bolsonaro com a nova reforma trabalhista que faz com que trabalhemos nos domingos sem receber nada por isso.

Leia mais: CUT e CTB se reunem com Maia e negociam acordos via reforma da previdência: Parem de negociar nossos direitos!




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