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JUDICIÁRIO RACISTA | Sem nenhuma prova, homem negro é preso por roubo, em casa em frente aos filhos

Mais uma vez o racismo do judiciário fica escancarado. Baseado em uma foto antiga do Facebook, um trabalhador de 44 anos, pai de família, foi preso de forma totalmente arbitrária, sem nenhuma prova, enquanto preparava o jantar em casa.

quinta-feira 12 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Arquivo pessoal

Eduardo de Assis Fernandes, trabalhador negro de 44 anos, auxiliar de apoio operacional, teve sua prisão preventiva determinada e executada pela justiça há três semanas por suspeita de roubo e extorsão. Porém, até agora nenhuma evidência de sua ligação com o roubo foi apresentada e até mesmo a polícia admite não existir nenhuma prova.

Não bastasse a prisão preventiva já ser um mecanismo autoritário do judiciário usado amplamente contra os trabalhadores, população pobre e principalmente contra os negros, esse caso fica ainda mais escandaloso.

A acusação é de que Eduardo, disfarçado de morador de rua e com um boné caído sobre o rosto, teria roubado uma bolsa com R$ 109 mil do sócio de um mercado ao sair do estabelecimento. Posteriormente a vítima e seu irmão, que também é sócio do mercado, teriam sofrido extorsão por mensagens, tendo familiares ameaçados pra que pagassem mais R$ 600 mil.

A investigação supôs que um ex-funcionário do mercado teria motivos e ligação com o crime apenas por ter sido demitido por justa causa alguns meses antes. Isso fez dele o principal suspeito de ter articulado o crime e teve a prisão preventiva determinada, também de forma absurda, e sem nenhuma prova. Por Eduardo ser concunhado desse ex-funcionário e baseado em uma foto antiga do Facebook, é que ele também teve sua prisão determinada.

André Assis, irmão de Eduardo, disse em reportagem do Uol que:

“Não faz sentido alguém acordar de madrugada para ganhar R$ 150 após roubar R$ 100 mil. Meu irmão é um homem amoroso, trabalhador. Ele está preso porque é negro, alto, tem cavanhaque e barba grisalha. Mas isso poderia ser eu, se estivesse naquele Facebook, porque somos parecidos”.

É evidente que a justiça está do lado dos ricos. Enquanto prende sem nenhuma prova um trabalhador negro, chega a até a inventar uma nova sentença de “estupro sem a intenção de estuprar” pra inocentar André Aranha, um empresário, branco e rico, que cometeu o crime contra Mari Ferrer.

Por isso levantamos a necessidade de que todos os juízes sejam elegíveis e recebam o mesmo salário que uma professora. É o que também defende Letícia Parks, que é parte da Bancada Revolucionária de Trabalhadores, candidatura do MRT por filiação democrática no PSOL, em SP.




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