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Desemprego | Sem garantia de emprego formal, Brasil bate recorde de abertura de MEIs

Na criação de 4 milhões de empresas no ano passado se expressam principalmente as MEIs, abertas por trabalhadores que não conseguem emprego com carteira assinada.

segunda-feira 28 de março de 2022 | Edição do dia

Foto: Reprodução

Nunca houve tanta "empresa" nova no País como em 2021. Mais de 4 milhões de companhias foram abertas no ano passado, um recorde da série iniciada em 1931, como revela o Mapa de Empresas do Ministério da Economia. Isso representa um avanço de 20%, ou 670 mil novas empresas formais, em relação ao resultado de 2020.

Segundo especialistas, o que realmente vem impulsionando a abertura de empresas no País é a fraqueza do mercado de trabalho para gerar vagas formais, com carteira assinada, fruto da crise econômica e dos efeitos nefastos da reforma trabalhista.

Há anos os brasileiros convivem com uma taxa de desemprego elevada. Desde de 2016, a desocupação tem ficado acima de 10% a cada trimestre, como aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre de 2021, o desemprego ficou em cerca de 15%, no trimestre encerrado em janeiro, o último dado disponível, o desemprego ficou em 11,2%.

Há imensa dificuldade de encontrar um emprego formal e obter renda, e isso é o que se mostra não só na taxa de desemprego, mas nas marcas recordes de 12,5 milhões de trabalhadores no setor privado sem carteira e em 25 milhões que exercem atividades por conta própria. E esses são efeitos diretos da reforma trabalhista, que flexibilizou direitos e adotou regimes precários do trabalho, como o intermitente, sem garantir os empregos que o governo de Bolsonaro e Guedes falsamente prometeu.

O avanço do “empreendedorismo por necessidade”, nome empregado por um setor de economistas para designar esses trabalhadores desalentados que buscam ser Microempreendedores Individuais (MEI), é nítido tanto nos dados de abertura de empresas da Serasa como na pesquisa do governo federal. Em ambos os levantamentos, a maior parte das companhias abertas é de uma pessoa só ou, no máximo, com mais um funcionário.

De cada dez empresas que iniciaram atividades no ano passado, quase oito foram MEIs. Os MEIs, cujo limite de faturamento anual é de R$ 81 mil, somaram 3,2 milhões de novos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) no ano passado, segundo a Serasa.

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