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MUNDO OPERÁRIO | Sem final de semana e com a carne nas alturas: o neoliberalismo intragável de Bolsonaro e Paulo Guedes

Para governo Bolsonaro, o agronegócio precisa de apoio para lucrar cada vez mais e a população deve ter paciência e aguardar os produtores passarem pelo seu momento de euforia com tamanho aumento de lucro que o setor vem tendo.

segunda-feira 9 de dezembro de 2019 | Edição do dia

Depois de ver sua aposentadoria se tornar quase inatingível e seus direitos trabalhistas serem “flexibilizados” para os empresários lucrarem mais, os trabalhadores agora enfrentam o aumento exorbitante do mercado das proteínas animais (carne e ovo). Mas segundo Jair Bolsonaro, o problema da carne é algo passageiro e é preciso o povo ser mais paciente, pois para o presidente, ser agricultor também não é fácil nesse país...

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O setor do agronegócio sempre é beneficiado este governo que busca legalizar os assassinatos no campo, liberando o uso de agrotóxicos proibidos no resto do mundo, atacando os povos indígenas e quilombolas, facilitando o desmatamento da Amazônia, flexibilizando leis ambientais; agora recebe o apoio e defesa do atual presidente para que possam seguir recebendo seus lucros cada vez maiores. E a população que conviva com isso.

Devido a uma doença que matou milhões de porcos na Ásia, a China aumentou a procura para a importação de carne. O Brasil, sendo o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador deste produto, recebeu a autorização para agora 102 indústrias de carne venderem para a China, para abastecer o mercado de bilhões de pessoas no país. Devido à alta necessidade, a China pagou para o setor do agronegócio brasileiro até 15% a mais do que valor real dos produtos. Também, com a cotação do dólar subindo com força no país – batendo recordes -, a compra de produtos brasileiros se torna ainda mais atrativa para os mercados exteriores. Ou seja, o agronegócio lucra cada vez mais com a crise econômica.

Com o aumento da exportação da carne (bovina, suína e de aves) o mercado brasileiro tem uma queda na sua oferta, subindo assim o seu preço. Somando isso com a seca que destruiu os pastos e atingiu o momento de engorda do gado, o preço da carne não se estabiliza até a oferta interna se normalizar aos patamares anteriores. Logo, mais uma vez o agronegócio lucra em cima da população que agora precisa pagar muito mais caro para poder se alimentar.

A atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que a população precisa ter paciência porque o setor do agronegócio está vivendo o “momento de euforia”, mas logo deve passar e os preços voltarem a cair. Para a ministra, os trabalhadores devem pagar o preço pela animação e “euforia” dos criadores do mercado de carne que estão lucrando com o aumento da exportação e com o aumento do preço da carne no mercado brasileiro, e serem obrigados a pagar pelo lucro do agronegócio, que só aumenta a cada dia devido à instabilidade do preço de compra da carne. "A cadeia vive um momento de euforia, mas já já esse mercado vai equilibrar", afirmou Tereza. Para a ministra, “equilibrar” significa aumentar os lucros do agronegócio, já que a mesma já antecipou que os preços não irão mais voltar aos valores anteriores. "Os preços não serão mais os praticados 2 meses atrás, mas, com certeza, eu acho que essa euforia não continua, é um momento de ajuste da carne brasileira", afirmou.




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