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DIREITA NAS RUAS | Seguindo apelo de Moro, FIESP e mídia, alguns milhares vão às ruas contra Dilma e Lula

quinta-feira 17 de março de 2016 | 03:23

Foto: Fernando Donasci

Incentivadas pela ação conjunta de Moro e da grande mídia alguns poucos milhares foram as ruas esta noite exigindo a renúncia de Dilma Roussef e contra Lula como ministro. Estas manifestações ditas espontâneas ocorreram em poucas cidades comparado com as manifestações preparadas pela direita no domingo e logo após a revelação de grampo feito por Moro a Lula e Dilma.

Divulgado o grampo a mídia passou a difundi-lo e interpretá-lo aos quatro ventos como novo motivo encontrado para a deposição do governo. Segundo informações ocorreram manifestações em Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Campinas, São Paulo e Brasília. Também ocorreram panelaços também em alguns bairros de cidades, sobretudo do centro-sul do país, que nunca tinham registrado os mesmos. Como de costume os panelaços ocorreram durante o Jornal Nacional da Rede Globo.

A ocorrência de panelaços em alguns novos bairros mostra como a crítica a nomeação de Lula atingiu setores que ainda não haviam se manifestado nesta crise, no entanto, a força e caráter das manifestações de hoje precisam ser bem entendidos, sobretudo na dinâmica que terão nos próximos dias.

Predominará a ação de setores duros da extrema direita como se expressou em Brasília tanto no domingo aplaudindo Bolsonaro, como hoje quando um setor de “manifestantes” atacou a polícia militar com gás lacrimogênio e houve confronto? Haverá mais conflitos como a mídia relata ter ocorrido em São Bernardo do Campo em frente à casa de Lula, e mesmo em plena paulista?

Veja abaixo vídeo onde um casal é “acusado” de ser petista é agredido por setores de direita:

Av. Paulista tem manifestação pró-impeachment

Grupos se reúnem na Av. Paulista para pedir impeachment de Dilma e criticar nomeação de Lula como ministro da Casa Civil. Confusão com apoiadores do governo deixou dois feridos.

Publicado por CBN em Quarta, 16 de março de 2016

São Paulo, sob a sombra da maior patronal do país pequena mudança na composição da manifestação e mudança na palavra de ordem, agora querem a renúncia

A manifestação dita espontânea na capital paulista reuniu cerca de 5mil pessoas segundo a Folha de São Paulo. Mesmo no calor dos fatos já havia um palco montado na sede da principal federação patronal do país. Há de se questionar o caráter espontâneo e popular de reunir-se diante de uma patronal que ajudou a financiar o golpe militar de 1964 e quer com a deposição do governo avançar em ataques mais duros à classe trabalhadora, aumentando a idade de aposentadoria, entregando os recursos nacionais. “Espontaneamente” já havia um palco montado para MBL, Endireita Brasil, entre outros.

A FIESP estava colorida de verde-amarelo e exibia a consigna “renúncia já”, que passou a ser um canto dos presentes, no lugar do impeachment que predominava dias atrás.
Os cantos pela renúncia, misturavam-se as exigências de prisão de Lula, e marcaram presença junto a outros cantos como os onipresentes “Moro” e “nossa bandeira jamais será vermelha”. Este último canto permite conjugar setores mais de extrema-direita presentes na manifestação com setores de classe média que associam o vermelho do PT à corrupção.

A aposta lulista de virar ministro sairá pela culatra ou pode vir a fortalecer o governo? Estes primeiros atos serão seguidos por maiores ou vão arrefecer? O grito da renúncia ganhará setores mais populares e jovens ou este se manterá, ao menos no que tange às ruas, restrito às esferas altas que tomaram as ruas domingo?

Por enquanto pode-se ver que a direita, desde domingo, mostra maior ofensiva nas suas ações que as forças de apoio ao governo, levando a medidas extremas como a nomeação de Lula. Isto seguirá assim? Com que intensidade e que apelo popular podem ser novas ações contra o governo Dilma e o novo superministro Lula? Nas manifestações do dia 18, o governo conseguirá expressar força relativa?




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