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Mario Frias | Secretário negacionista Mario Frias compara medidas contra a Covid ao holocausto

Em seu Twitter, o secretário de cultura do governo Bolsonaro usou um trecho do filme “A Lista de Schindler” para comparar medidas de isolamento ao holocausto. Ao ser indagado por organização judaica, o secretário respondeu: “Vá trabalhar”

sexta-feira 12 de março de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução/Instagram

Em uma publicação na noite da última quinta-feira (11), em seu Twitter, Mario Frias postou uma passagem do filme “A Lista de Schindler”, filme que retrata a história de Oskar Schindler, um alemão que emprega judeus refugiados do holocausto e salva 1200 da morte. Na situação da passagem, soldados nazistas selecionam trabalhadores judeus “não-essenciais”, os levando embora. No contexto da segunda guerra, trabalhadores judeus não essenciais eram assassinados pelos nazistas, podendo viver apenas aqueles cujo trabalho era de importância para o governo alemão nazista.

Realizando uma distorção absurda de contexto, Frias coloca a referida situação como se fosse um paralelo com a atual situação do Brasil com o distanciamento social devido a pandemia da Covid-19. O secretário negacionista ainda cita: “O setor de eventos clama para poder levar o pão para dentro de casa, para poder sustentar a própria família. Até quando um burocrata arrogante irá dizer que ele não é essencial?”

Para o governo nazista, nenhum valor tinha a vida dos trabalhadores refugiados a não ser a própria serventia do trabalho que ele era obrigado a prestar. O que Mario Frias não diz, todavia, é que o mesmo ocorre com o governo Bolsonaro, que no momento onde medidas efetivas de combate a crise sanitária deveriam estar sendo tomadas com urgência, o mesmo se pôs apenas a negar a gravidade da doença e luta com todas as forças pela reabertura imediata de todos os setores do país, o que levará à morte milhares, senão milhões, de trabalhadores, em uma pandemia onde já morreram mais de 270.000 pessoas pela doença, e que, nos últimos dias, está batendo recordes de mortes diárias, chegando a 2.286 mortes apenas na última quarta-feira (10). Se algum paralelo entre a situação dos refugiados do holocausto e a atual situação do Brasil ainda poderia ser traçado, seria somente referente ao desprezo do governo em relação à vida dos trabalhadores, que em nome da continuidade do lucro dos capitalistas, deseja o trabalhador em condições cada vez mais precárias e nocivas, não tendo nenhuma importância sua própria vida.

Ao ser indagado pelo perfil oficial do Museu do Holocausto, Mario Frias desconsidera as colocações da entidade e manda o perfil “ir trabalhar”

Mário Frias ainda publicaria em seu Twitter uma imagem de um texto onde nega a veracidade de mais de 270.000 mortes, debochando de todas as famílias que perderam seus parentes durante a pandemia, e concluindo que tudo não passa de uma conspiração de médicos, governadores prefeitos e jornalistas porque “comungam da mesma fé esquerdista” que “querem a queda de um governo conservador e honesto”

Todos os tweets foram apagados, depois , pelo secretário.

Mario Frias é um negacionista representante do obscurantismo assassino característico de Bolsonaro e dos componentes de seu governo, ocupando um cargo que, durante o mandato de Bolsonaro, já foi de Regina Duarte, atriz que saiu da secretária sob polêmicas e posteriormente, curiosamente, de Roberto Alvim, que foi demitido pouco tempo depois, após parafrasear nada mais nada menos do que Joseph Goebbels (ministro da propaganda nazista), em um vídeo institucional da Secretaria de Cultura. O histórico do cargo apenas denota a categoria política que Bolsonaro almeja para a pasta e Mario Frias é mais uma figura enquadrada na ideologia negacionista e genocida do governo Bolsonaro.




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