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LEON TROTSKY | Se os Estados Unidos se tornassem Comunistas

Leon Trotski – 17 de agosto de 1934

sexta-feira 21 de agosto de 2015 | 01:34

Se os Estados Unidos se tornassem comunistas, como consequência das dificuldades e problemas que a ordem capitalista é incapaz de resolver, descobriria que o comunismo, longe de ser uma intolerável tirania burocrática e de controle individual, é o modo de alcançar a maior liberdade pessoal e a abundância compartilhada.

Atualmente, muitos norte-americanos consideram o comunismo somente à luz da experiência da União Soviética. Temem que o sovietismo nos Estados Unidos venha a produzir os mesmos resultados materiais que ele trouxe aos povos culturalmente atrasados da União Soviética. Temem que o comunismo tente encaixá-los em um leito de Procusto, e apontam o conservadorismo anglo-saxão como um obstáculo insuperável até para alcançar reformas eventualmente desejáveis. Argumentam que a Grã-Bretanha e o Japão interviriam militarmente contra os sovietes norte-americanos. Tremem ante a perspectiva de que os norte-americanos sejam controlados em seus hábitos de vestimenta e de dieta, que sejam obrigados a subsistir com rações de fome, forçados a ler uma propaganda oficial estereotipada nos jornais, coagidos a serem meros carimbadores de decisões tomadas sem sua participação ativa, ou a terem que guardar seus pensamentos para si mesmos e louvar publicamente a seus líderes soviéticos, por medo da prisão ou do exílio.

Temem a inflação monetária, a tirania burocrática, e ter que passar por uma intolerável papelada “vermelha” para obter o necessário para viver. Temem a padronização desalmada da arte e da ciência, assim como das necessidades cotidianas. Temem ver a espontaneidade política e a suposta liberdade de imprensa destruídas pela ditadura de uma burocracia monstruosa. E estremecem perante a ideia de ter que assimilar uma loquacidade incompreensível da dialética marxista e de uma filosofia social disciplinada. Temem, em uma palavra, que a América do Norte se transforme na contrapartida do que lhes disseram que é a União Soviética. Na realidade os sovietes norte-americanos serão tão diferentes dos russos quanto os Estados Unidos do presidente Roosevelt o são do império russo do czar Nicolau II. No entanto, os Estados Unidos só poderão chegar ao comunismo passando pela revolução, da mesma maneira como alcançaram a independência e a democracia. O temperamento norte-americano é enérgico e violento e insistirá em quebrar uma grande quantidade de pratos e atirar no chão uma boa quantidade de carrinhos de feira antes que o comunismo se estabeleça firmemente. Os norte-americanos são entusiastas e esportivos, antes de serem especialistas e estadistas, e seria contrário à tradição norte-americana realizar uma mudança fundamental sem tomar partido e quebrar cabeças.

No entanto, o custo relativo da revolução comunista norte-americana, por maior que pareça, será insignificante comparado com a da Revolução Russa bolchevique, devido a sua riqueza nacional e população. É que a guerra civil revolucionária não se realiza pelo punhado de homens que está na cúpula, os cinco ou dez por cento que são donos de nove décimos da riqueza norte-americana; este grupinho só poderia recrutar seus exércitos contrarrevolucionários entre as camadas mais baixas da classe média. Ainda assim, a revolução poderia atraí-las facilmente, demonstrando a elas que sua única perspectiva de salvação está no apoio aos sovietes.

Todos os que estão abaixo deste grupo já estão preparados economicamente para o comunismo. A depressão fez estragos em sua classe trabalhadora e deu um golpe esmagador nos camponeses, já prejudicados pela longa decadência agrícola da década do pós-guerra [Trotski se refere à Primeira Guerra Mundial, NT]. Não há razão para que estes grupos oponham qualquer resistência à revolução: não têm nada a perder, contando, é claro, que os dirigentes revolucionários tenham uma política moderada e de ampla visão com respeito a eles. E quem lutará contra o comunismo? Guarda-costas de milionários e multimilionários? Seus Mellons, Morgans, Fords e Rockefellers? Deixarão de lutar à medida que não consigam quem lute por eles.
O governo soviético norte-americano assumirá um firme controle dos comandos superiores de seu sistema empresarial: os bancos, as indústrias-chave e os sistemas de transporte e comunicação. Em seguida dará aos camponeses, aos pequenos comerciantes e industriais, muito tempo para refletir e ver como se desenvolve o setor nacionalizado da indústria.

É nesse terreno que os sovietes norte-americanos poderão produzir verdadeiros milagres. A “tecnocracia” [movimento reformista que cresceu nos EUA pós-depressão, em especial entre a classe média - NT] só será real sob o comunismo, que tirará as mãos mortas do direito à propriedade privada e aos lucros individuais de cima de seu sistema industrial. As propostas mais ousadas da comissão Hoover sobre padronização e racionalização, parecerão infantis se comparadas às possibilidades abertas pelo comunismo norte-americano.

A indústria nacional se organizará seguindo o modelo de suas modernas fábricas automobilísticas de produção contínua. A planificação científica se elevará, do nível da fábrica individual ao do conjunto do sistema econômico. Os resultados serão estupendos. Os custos de produção diminuirão em 20% ou talvez mais. Isto, por sua vez, aumentará rapidamente o poder de compra dos camponeses.
Seguramente, os sovietes norte-americanos estabelecerão seus próprios estabelecimentos agrícolas gigantescos, que serão também escolas voluntárias de coletivização. Seus camponeses poderão calcular facilmente se lhes convém seguir como elos isolados ou unir-se à cadeia geral.

O mesmo método se utilizaria para incorporar o pequeno comércio e a pequena indústria à organização industrial nacional. Com o controle soviético das matérias-primas, dos créditos e insumos, essas indústrias secundárias poderiam permanecer solventes até que o sistema socializado as absorvesse gradualmente e sem compulsão.

Sem compulsão! Os sovietes norte-americanos não terão que recorrer às drásticas medidas que as circunstâncias amiúde impuseram aos russos. Nos Estados Unidos a ciência da publicidade oferece os meios para ganhar o apoio da classe média, algo que estava fora do alcance da Rússia atrasada, com sua vasta maioria de camponeses pobres e analfabetos. Isso, junto com seu aparato técnico e sua riqueza, será a maior vantagem de sua futura revolução comunista. Sua revolução será mais suave que a nossa, após resolver os problemas fundamentais vocês não terão que gastar energias e recursos em conflitos sociais custosos e, em consequência, avançarão muito mais rápido.

Mesmo a intensidade e a abnegação do sentimento religioso predominantes na América do Norte não serão um obstáculo para a revolução. Se adotamos a perspectiva dos sovietes nos Estados Unidos, então nenhuma barreira psicológica será suficientemente firme para barrar a pressão da crise social. A história já demonstrou isso mais de uma vez. Além do mais, não se deve esquecer que os próprios Evangelhos contêm alguns aforismos bem explosivos.

Quanto aos comparativamente escassos adversários da revolução soviética, pode-se confiar no gênio inventivo dos norte-americanos. Por exemplo, poderão mandar todos os seus milionários não convencidos a alguma ilha pitoresca, com uma renda para toda a vida, e que fiquem lá fazendo o que quiserem.Poderão fazê-lo tranquilamente, pois não precisarão temer a intervenção estrangeira. O Japão, a Grã-Bretanha e os demais países capitalistas que intervieram na Rússia não poderiam fazer nada além de aceitar o comunismo norte-americano como um fato consumado. E, de fato, a vitória do comunismo nos Estados Unidos – a fortaleza do capitalismo – irá acarretar que na expansão do comunismo aos demais países.

O Japão provavelmente se unirá às fileiras comunistas antes do estabelecimento dos sovietes nos Estados Unidos. O mesmo vale para a Grã-Bretanha. De todo modo, seria uma ideia louca enviar a frota de Sua Majestade britânica contra os Estados Unidos soviéticos, inclusive contra o sul, mais conservador, de seu continente. Seria inútil e nunca passaria de uma incursão militar de segunda ordem.

A poucas semanas ou meses de estabelecidos os sovietes nos Estados Unidos, o pan-americanismo seria uma realidade política. Os governos das Américas do Sul e Central se veriam atraídos por sua federação com o ferro pelo imã. O mesmo ocorreria com o Canadá. Os movimentos populares desses países seriam tão fortes que impulsionariam esse grande processo unificador em um brevíssimo período e a um custo insignificante. Estou disposto a apostar que o primeiro aniversário dos sovietes norte-americanos encontraria o hemisfério Ocidental transformado em Estados Unidos Soviéticos do Norte, do Centro e do Sul da América, com sua capital no Panamá. Assim, pela primeira vez a Doutrina Monroe adquiriria um peso total e positivo nos assuntos mundiais, ainda que não o previsto por seu autor.

Em que pese os lamentos de alguns de seus arqui-conservadores, Roosevelt não está preparando a transformação soviética dos Estados Unidos. A NRA [National Recovery Administration, comissão criada pelo presidente Roosevelt – NT] não pretende destruir, e sim fortalecer os fundamentos do capitalismo norte-americano, ajudando as empresas a superar suas dificuldades. Não será a Águia Azul [símbolo da NRA - NT], mas as dificuldades que esta é incapaz de superar, o que trará o comunismo aos EUA. Os professores “radicais” do seu truste de cérebros não são revolucionários; são apenas conservadores assustados. Seu presidente abomina os “sistemas” e as “generalizações”. Mas um governo soviético é o maior de todos os sistemas possíveis, uma gigantesca generalização em ação.

Ao homem comum também não agradam os sistemas e generalizações. Será tarefa de seus estadistas comunistas conseguir que o sistema produza os bens concretos que o homem comum deseja: sua comida, seus charutos, suas diversões, sua liberdade para escolher suas próprias gravatas, sua própria casa e seu próprio automóvel. Será fácil proporcionar-lhe esses confortos nos Estados Unidos soviéticos.

Os norte-americanos estão em sua maioria desorientados pelo fato de que na União Soviética tivemos que construir indústrias básicas inteiras, partindo do nada. Uma coisa assim não poderia acontecer nos EUA, onde já se é obrigado a reduzir as zonas cultivadas e a produção industrial. De fato seu tremendo aparato tecnológico está paralisado pela crise e exige ser posto novamente em uso. O ponto de partida do ressurgimento econômico poderá ser o rápido aumento do consumo de seu povo. Estão mais preparados do que qualquer outro país para alcançar isso. Em nenhum outro lugar chegou a ser tão intenso como nos EUA o estudo do mercado interno. Isso foi feito pelos bancos, os trustes, os homens de negócios, os comerciantes, os viajantes de comércio e os fazendeiros. Seu governo soviético simplesmente abolirá o segredo comercial, combinará todas as descobertas das pesquisas realizadas em função do lucro privado, e as transformará em um sistema científico de planificação econômica. Para isso, contará com a colaboração de uma numerosa classe de consumidores cultos e críticos. A combinação entre as indústrias-chave nacionalizadas, o comércio privado e a cooperação do consumidor democrático produzirá rapidamente um sistema sumamente flexível para satisfazer as necessidades da população.

Não serão nem a burocracia, nem a polícia, mas sim o frio e duro dinheiro o que o fará funcionar esse sistema. Seu dólar todo-poderoso cumprirá um papel fundamental no funcionamento do novo sistema soviético. É um grande erro misturar a “economia planificada” com a “emissão dirigida”. A moeda terá de ser o regulador, capaz de medir o êxito ou o fracasso da planificação.

Seus professores “radicais” se equivocam mortalmente com sua devoção à “moeda dirigida”. Esta ideia acadêmica poderia facilmente liquidar seu sistema de distribuição e produção. Essa é a grande lição a extrair da União Soviética, onde a amarga necessidade se converteu em virtude oficial no reino do dinheiro. A falta de um lastro estável do rublo em ouro é uma das causas fundamentais de muitas das dificuldades e catástrofes econômicas. É impossível regular os salários, os preços e a qualidade das mercadorias sem um sistema monetário firme. Ter um rublo instável em um sistema soviético é o mesmo que ter moldes variáveis em uma fábrica que trabalha em série. Não funciona. Só será possível abandonar a moeda de ouro estável quando o socialismo consiga substituir o dinheiro por um sistema de controle administrativo. Então o dinheiro será um vale comum e corrente, como o boleto do ônibus ou a entrada do teatro. À medida que o socialismo avance também desaparecerão estes vales; já que não será necessário o controle sobre o consumo individual, nem em dinheiro, nem administrativo, já que haverá bens mais que suficientes para satisfazer a necessidade de todos!

Ainda não estamos nessa situação, ainda que, com toda certeza, os Estados Unidos a alcançarão antes de qualquer outro país. Até então, a única maneira de se atingir esse nível de desenvolvimento será manter um regulador e medidor efetivo do funcionamento efetivo de seu sistema. De fato, durante os primeiros anos uma economia planificada necessita, mais ainda que o velho capitalismo, de dinheiro efetivo. O professor que regula a unidade monetária com o objetivo de regular todo o sistema econômico é como o homem que resolveu levantar os dois pés do solo ao mesmo tempo.

Os EUA soviéticos contarão com reservas de ouro suficientes para estabilizar o dólar, o que constitui uma vantagem imensurável. Na Rússia, aumentamos a produção industrial em 20 ou 30% anuais, porém devido à debilidade do rublo, não pudemos distribuir efetivamente esse aumento. Isso em parte a que permitimos à burocracia subordinar o sistema monetário às necessidades administrativas. Vocês poderão se poupar desse mal. Em consequência, nos superarão muito, tanto na produção quanto na distribuição, o que levará a um rápido avanço do bem estar e da riqueza da população.

Em tudo isso, não precisarão imitar a nossa produção padronizada para nossa massa pobre de consumidores. Recebemos da Rússia czarista uma herança de pobreza, um campesinato culturalmente subdesenvolvido e com um baixo nível de vida. Tivemos que construir as fábricas e as represas à custa de nossos consumidores. Padecemos de uma inflação monetária contínua e de uma monstruosa burocracia. Os EUA soviéticos não terão que imitar nossos métodos burocráticos. Entre nós, a falta daquilo que é mais elementar produziu uma intensa luta para conseguir um pedaço extra de pão, um pouco mais de tecido. Nessa luta, a burocracia se impõe como conciliador, como árbitro todo-poderoso. Mas vocês são muito mais ricos e terão muito poucas dificuldades para satisfazer as necessidades de todo o povo. Mais ainda, suas necessidades, gostos e hábitos nunca permitirão que seja a burocracia a repartir a riqueza nacional. Quando organizarem sua sociedade para produzir em função das necessidades humanas e não dos lucros individuais, toda a população irá se nuclear em novas tendências e grupos que lutarão entre si e evitarão que uma burocracia todo-poderosa se imponha sobre eles.

Assim, a prática dos sovietes, isto é, da democracia, a forma mais democrática de governo alcançada até hoje, evitará o avanço do burocratismo. A organização soviética não pode fazer milagres; simplesmente deve refletir a vontade do povo. Entre nós os sovietes se burocratizaram como resultado do monopólio político de um só partido, transformado ele mesmo em uma burocracia. Esta situação foi a consequência das excepcionais dificuldades que teve que enfrentar o começo da construção socialista em um país pobre e atrasado.

Os sovietes norte-americanos estarão cheios de sangue e vigor, sem necessidade nem oportunidade para que as circunstâncias imponham medidas como as que tivemos que adotar na Rússia. É claro, os capitalistas que não se regenerem não terão lugar na nova ordem. É um pouco difícil imaginar Henry Ford dirigindo o soviete de Detroit.No entanto, é não só concebível como mesmo inevitável que se desate uma grande luta de interesses, grupos e ideias. Os planos de desenvolvimento econômicos anuais, quinquenais e decenais; os esquemas de educação nacional, a construção de novas linhas básicas de transporte; a transformação das fazendas, o programa para melhorar a infraestrutura tecnológica e cultural da América Latina; o programa de comunicação espacial; a engenharia genética – tudo isso suscitará controvérsias, lutas eleitorais acirradas e apaixonados debates nos jornais e nas reuniões públicas. Pois nos EUA soviéticos não existirá o monopólio da imprensa por parte dos chefes da burocracia como na Rússia soviética. Nacionalizar todas as gráficas, as fábricas de papel e as distribuidoras, seria uma medida puramente negativa. Isso significaria simplesmente que o capital privado já não poderia decidir quais publicações serão editadas, sejam progressistas ou reacionárias, “úmidas” ou “secas” [referência irônica à lei seca nos EUA – NT], puritanas ou pornográficas. Os EUA soviéticos terão que encontrar uma nova solução para o problema de como deve funcionar o poder da imprensa em um regime socialista. Isso poderia ser feito sobre a base da representação proporcional aos votos em cada eleição aos sovietes.

Assim, o direito de cada grupo de cidadãos a utilizar o poder da imprensa dependeria de sua força numérica, o mesmo princípio se aplicaria para o uso dos locais de reunião, do rádio, etc. Desse modo, a administração e a política de publicações não seriam decididas pelas contas bancárias individuais, e sim pelas ideias dos distintos grupos. Isso pode levar a que se leve pouco em conta os grupos numericamente pequenos porém importantes; mas implica a obrigação para cada nova ideia de abrir seu próprio caminho e demonstrar seu direito à existência.

Os EUA soviéticos, com sua riqueza, poderão destinar muito dinheiro à pesquisa e à invenção, às descobertas e experimentos em todos os terrenos. Não deixarão de lado seus impetuosos arquitetos e escultores, seus poetas não convencionais e seus audaciosos filósofos. Na realidade, os ianques soviéticos do futuro irão liderar a Europa, naqueles mesmos campos a Europa foi até hoje o seu mestre. Os europeus têm uma pobre ideia de como o poder da tecnologia pode influenciar o destino humano, e adotaram uma atitude de desdenhosa superioridade frente ao “americanismo”, particularmente depois da crise [de 1929 – NT]. E, no entanto, o americanismo marca a verdadeira linha divisória entre a Idade Média e o mundo moderno.

Até agora nos Estados Unidos a conquista da natureza foi tão violenta e apaixonada que não tiveram tempo de modernizar suas filosofias ou de desenvolver formas artísticas próprias. Daí que foram hostis às doutrinas de Hegel, Marx e Darwin. A queima dos trabalhos de Darwin pelos batistas do Tenessee é só um reflexo desajeitado do rechaço dos norte-americanos às doutrinas da evolução. Essa atitude não está restrita a seus púlpitos. Ainda é parte de sua conformação mental.
Tantos seus ateus, quanto seus quakers são decididamente racionalistas. E esse mesmo racionalismo está enfraquecido pelo empirismo e pelo moralismo. Não tem nada da implacável vitalidade dos grandes racionalistas europeus. Por isso, seu método filosófico é mais antiquado que seu sistema econômico e suas instituições políticas.

Hoje, mesmo que muito pouco preparados para isso, vocês se veem obrigados a enfrentar as contradições que, inesperadamente, surgem em toda a sociedade. Conquistaram a natureza com as ferramentas criadas por seu gênio inventivo, apenas para descobrir que suas ferramentas destruíram tudo exceto suas pessoas. Contrariamente a todas as esperanças e desejos, sua riqueza sem precedentes produziu desgraças sem precedentes. Descobriram que o desenvolvimento social não segue uma fórmula simples. Então, foram empurrados para a escola da dialética – e para ficar. Não há como voltar atrás, à forma de pensar e atuar predominante nos séculos XVII e XVIII.

Enquanto os tolos românticos da Alemanha nazi sonham em restaurar a pureza original da velha raça da Floresta Negra europeia, ou seria melhor dizer a sua imundície original, vocês, norte-americanos, após darem um firme salto em sua economia e em sua cultura, aplicarão genuínos métodos científicos ao problema genético. Dentro de um século, de sua mescla de raças surgirá um novo tipo de homem, o primeiro a merecer o nome de Homem.
E uma profecia final: No terceiro ano do governo soviético nos Estados Unidos, vocês já não mascarão mais chicletes!


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