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ESTADOS UNIDOS | “SayHerName”: pelas mulheres negras assassinadas pela polícia

quinta-feira 18 de junho de 2015 | 04:33

O simples fato de dizer seus nomes tem poder. Simboliza a negativa em esquecer estas mulheres e quem eram. Honra as vidas que viveram e os seres queridos que deixaram para trás. E é uma acusação contundente a uma instituição policial na qual as mortes de mulheres negras são vistas pela sociedade norte-americana como danos colaterais.

E por isso, o fórum político afro americano AAPF (African American Policy Forum), lançou esta semana a campanha #SayHerName (Fale o nome dela) para difundir em todo os Estados Unidos, as experiências da brutalidade policial contra mulheres negras, especialmente lésbicas, bissexuais e trans.

Kimberle Crenshaw, diretora da AAPF, e coautora de “#SayHerName: resistindo a brutalidade policial contra mulheres negras”, disse em um comunicado à imprensa: “Ainda que as mulheres negras são assassinadas, violadas e agredidas sistematicamente pela polícia, seus casos raramente aparecem em primeiro plano nos meios de comunicação quando se fala da brutalidade policial. No entanto, a inclusão destes casos nas redes sociais, as narrativas dos meios e as demandas políticas ao redor da polícia e sua atuação, é fundamental para a luta eficaz contra a violência estatal e racial contra as comunidades negras e outras comunidades étnicas não brancos”.

Os nomes de Michael Brown, Freddie Gray ou Tamir Rice são reconhecíveis na hora, mas se falamos de Michelle Cusseaux ou Shereese Francis, seguramente não serão nem conhecidas. E ainda que o movimento #BlackLivesMatter seja dirigido por mulheres ativistas negras, as notícias nos meios de comunicação sobre a brutalidade policial centraram nos homens e meninos negros, apesar do fato dasmulheres negras também sofrerem os abusos policiais.

De fato, em 2013, de todas as mulheres detidas pela polícia de Nova York, 53,4% eram negras, 27,5% eram latinas e só 13,4% eram brancas. Como os homens, as mulheres negras são perseguidas pela violência e o assédio. Além disso, por serem mulheres e negras, são duplamente oprimidas já que enfrentam a ameaça de serem abusadas sexualmente.

Desde que começou a campanha #SayHerName, o hashtag foi massificados nos meios sociais, convertendo-se na quarta-feira passada (20/05) no segundo hashtag mais popular em Nova York.

#SayHerName permitiu também que as mulheres passassem à ação em Nova York, com diferentes mobilizações e vigílias, como as que aconteceram em Union Square, Nova York, por parte de familiares de mulheres negras assassinadas pela polícia e em São Francisco, onde um grupo de ativistas realizaram um protesto em topless para condenar uma cultura que hipersexualiza e embrutece os corpos das mulheres negras e latinas.

Tradução: Tassia Arcenio

Texto original em: http://www.laizquierdadiario.com/SayHerName-por-las-mujeres-negras-asesinadas-por-la-Policia




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