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ESCOLAS MILITARIZADAS | Sartori quer exército nas escolas do RS, que pedagogia é essa?

Fechar turmas e escolas, investir em mais presídios, e agora colocar o exército nas escolas para falar de cidadania. Que filme é esse? Pior que não é filme, é a proposta do governo do Rio Grande do Sul para a educação.

sexta-feira 21 de julho de 2017 | Edição do dia

Qual é a moral dos quartéis? A ideologia predominante à qual os soldados são formatados para a obediência? Esse cenário lembra muito uma música que teria ganho um festival em 1968 fossem os jurados a platéia. Um trecho dessa música diz: "nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição/ de morrer pela pátria e viver sem razão."

Que futuro de sociedade se projeta dentro do programa desse governo? O Estado não educa, ai surge a necessidade de "reeducar". Em outras palavras, não se investe em educação, mas se investe em presídios e repressão.

Mas para além disso algumas questões se sobressaem: qual o significado do exército entrar nas escolas? Qual a pedagogia do exército? Como isso entra em confronto com a gestão democrática nas escolas? Como promover convivência democrática, fazendo a comunidade escolar participar da construção das regras, quando se convida o exército para cumprir um papel pedagógico nas escolas? Como o exército constrói suas regras? Onde há democracia na hierarquia militar?

As escolas, principalmente as periféricas, devem ser espaços de resistência. Poderia ser assim se as comunidades tivessem voz numa gestão democrática, mas não é isso que se vê. Está no papel, mas muitas direções sequer são eleitas pela comunidade escolar, e mesmo as eleitas acabam não praticando a lei de gestão democrática, por vários motivos: falta de formação; de informação; pressão das CREs; etc. Assim muitas direções se tornam instâncias governamentais na escola, não cumprindo a função de porta-voz da comunidade.

É preciso lutar por uma educação pública e de qualidade, que promova um sentimento de pertencimento para que escolas se tornem atrativas para os jovens das periferias, e possibilitem espaços de resistência e reivindicações políticas. É preciso ampliar o senso crítico e a politização nas escolas e não criar ambientes de obediência estúpida, o que só afasta os alunos e faz aumentar a evasão escolar. Ao que tudo indica, isso parece exatamente o que o Estado capitalista quer para pôr em prática o plano de descarregar cada vez mais a crise sobre as costas dessa juventude e da classe trabalhadora.




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