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Salles usa pandemia para “passar a boiada” e reduz meta de preservação da Amazônia

O ministério do meio ambiente, segundo informação publicada pelo Estado de S. Paulo, nesta terça feira, propôs uma redução da meta oficial de preservação da Amazônia, para aumentar ainda mais o desmatamento, também promovido por Mourão pelo Conselho Nacional da Amazônia

quarta-feira 5 de agosto de 2020 | Edição do dia

Desde o começo do governo Bolsonaro e, principalmente durante a pandemia do COVID-19, cada vez mais as leis de preservação do meio ambiente estão sendo “afrouxadas”. O aumento do desmatamento e esse afrouxamento, remetem a fala feita por Ricardo Salles na reunião ministerial, na qual ele sugeriu aproveitar a crise sanitária - que tem tomado os noticiários com tragédias e com o número absurdo de mortos que está próximo dos 100 mil, conforme os dados distorcidos pela subnotificação - para “ir passando a boiada, mudando todo o regramento e simplificando normas” .

Em 2019, no Plano Plurianual (PPA), consta que devem ser reduzidos em 90% o desmatamento e incêndio ilegais em todos os biomas brasileiros até 2023. No entanto, em julho deste ano, o ofício, assinado por Salles e pelo secretário-executivo da pasta, Luís Biagioni, representa somente um terço da área desmatada na floresta entre agosto de 2018 e julho de 2019

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o desmatamento na Amazônia foi de 976,2 hectares, cerca de 9,76 mil quilômetros quadrados. O INPE divulgou também, nesse sábado (1°) que a ocorrência de incêndios florestais na Amazônia aumentou 28% no mês passado em relação a julho de 2019Retour ligne automatique
No sábado (1º), o Inpe divulgou que a ocorrência de incêndios florestais na Amazônia aumentou 28% no mês passado em relação a julho de 2019. Os dados renovaram os temores de que a maior floresta tropical do mundo seja novamente devastada por incêndios este ano.

Em nota à imprensa o ministério afirma que não existe mudanças no objetivo e é apenas um ajuste para o período Retour ligne automatique
“O Brasil já tem meta de redução de 100% do desmatamento ilegal até 2030, a qual está mantida. As metas intermediárias devem indicar os programas que serão utilizados ao longo dos próximos 10 anos para alcançar a meta total e é isso que está sendo ajustado no PPA”

A assinatura de tal ofício só confirma o que Salles sugeriu na dita reunião e só mostra como, para o capitalismo, pouco importa usar a morte de milhares de trabalhadores se há uma oportunidade de desviar o foco para passar mais ataques e para que o agronegócio possa ser cada vez mais predatórios com os biomas em favor do lucro.

Ao mesmo tempo, é necessário pontuar o papel dos militares, ala do regime que tutela o governo Bolsonaro, que também é responsável pela ampliação do desmatamento da Amazônia, uma vez que Mourão está a frente do Conselho Nacional da Amazônia e que vem tentando encobrir sua conivência na queima da floresta. Nesse sentido, reforça-se a necessidade de se levantar o Fora Bolsonaro e Mourão.




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