×

Declaração do Sindicato dos Trabalhadores da USP | SINTUSP: Lutemos contra o golpismo bolsonarista e pela revogação das reformas com a mobilização independente da classe trabalhadora

Declaração do Sindicato dos Trabalhadores da USP contra o golpismo bolsonarista e pela revogação das reformas.

segunda-feira 9 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Vimos neste domingo a extrema-direita promover uma invasão ao Congresso, Palácio do Planalto e STF, em clara ação golpista, exigindo intervenção militar e questionando as eleições. Rechaçamos com toda nossa força essas ações antidemocráticas golpistas asquerosas que precisam ser combatidas com a força da mobilização operária e popular, sem confiar nas forças do Estado capitalista e do regime político como o Judiciário e o Congresso Nacional.

Toda essa mobilização vinha sendo planejada há dias e contou com o financiamento de empresários, que devem ser responsabilizados, assim como forças públicas pactuaram diretamente ou por omissão com essas ações golpistas, como o governo do Distrito Federal e sua Polícia Militar. O próprio Ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio, declarou dias antes que as ações dessa base de extrema-direita, que estava acampada em frente aos quartéis das forças armadas, eram "atos da democracia". Em resposta às ações golpistas bolsonaristas, Lula fez uma declaração em rede nacional, decretando intervenção federal na segurança pública do DF, e confiando às instituições do Estado capitalista a resposta a essas ações.

É importante ver que o aparato repressivo do Estado alimentou o crescimento das forças de extrema direita, e nossa classe não deve confiar nessas instituições como se pudessem ser “defensores da democracia” ou uma resposta ao bolsonarismo. Não apoiamos a intervenção federal do governo Lula-Alckmin no Distrito Federal e não confiamos que podemos combater as ações golpistas bolsonaristas e muito menos reverter as reformas e ataques à classe trabalhadora através do judiciário. Não podemos permitir que a grande mídia e diferentes setores da classe dominante se utilizem dessas ações golpistas bolsonaristas para legitimar e fortalecer medidas autoritárias que se voltarão para criminalizar os movimentos sociais, a esquerda e a classe trabalhadora.

Ao contrário, esse mesmo judiciário é o que ataca a classe trabalhadora diariamente e vem perseguindo lutadores como Galo, uma das lideranças dos entregadores que preparam uma paralisação para o próximo dia 25/01, que deve ter todo apoio. Não vamos derrotar as ações golpistas e os ataques através da confiança na polícia militar que mais uma vez mostrou seu apreço a esses golpistas de extrema-direita. Por isso precisamos enfrentar as ações golpistas sem nenhuma confiança nas instituições do regime político e no novo governo eleito.

A única maneira de garantir que não haja nenhuma anistia aos golpistas é com uma política independente dos trabalhadores, avançando na discussão da autodefesa da nossa classe, para isso é preciso que as grandes centrais sindicais saiam da paralisia e organizem a classe trabalhadora para que entre em cena com os seus próprios métodos de luta. Não deixemos o nosso futuro ser definido por instituições que são contra nossos interesses.

Chamamos as grandes centrais sindicais a organizarem uma paralisação nacional e um plano de lutas que prepare a partir de assembleias nos locais de trabalho uma greve geral contra a extrema-direita, contra as reformas trabalhista e da previdência, as privatizações e todos os ataques, utilizando os métodos de luta da classe trabalhadora para defender um programa que garanta o combate real à fome e à miséria arrancando o reajuste dos salários de acordo com o aumento da inflação, a reforma agrária, urbana e um programa operário que atenda os interesses da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. É importante que os trabalhadores e suas entidades organizem comitês de luta e autodefesa, em todo o pais.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias