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ELEIÇÕES 2020 | Russomano declara que Brasil não viveu ditadura militar, se colocando com Bolsonaro e Mourão

Celso Russomanno (Republicanos), candidato deplorável à prefeitura de São Paulo que faz questão de se ligar ao bolsonarismo, referiu-se ao período da ditadura nesta quarta, 14, como um “governo militar”, e não uma ditadura.

quinta-feira 15 de outubro de 2020 | Edição do dia

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

“Ditadura, eu acredito, é o que a gente vive nos países em que a gente não pode entrar ou sair do país, que o seu passaporte é cassado. Isso é uma ditadura. Nós vivemos aqui um governo militar sem dúvida nenhuma”, disse Russomanno em entrevista ao SBT. Essa declaração demonstra que este candidato está junto ao presidente Jair Bolsonaro, e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), que sempre fazem questão de enaltecer o golpe militar, que perseguiu, torturou e matou. Russomanno ainda disse que “é isso que nós temos que preservar, e vamos preservar, a manutenção das três forças: Executivo, Legislativo e Judiciário, cuidados pela Marinha, Exército e Aeronáutica” (sic), fortalecendo o atual regime político do golpe institucional que vivemos no Brasil, tutelado pelos militares.

Bolsonaro e Mourão sempre que podem fazem menção e reivindicam a sanguinária ditadura militar de 64-85, como fez o presidente em pronunciamento no 7 de setembro este ano, reivindicando-o como parte da saga pela liberdade do povo brasileiro. E também discursou em manifestação que reuniu pequeno grupo pró AI-5 e ditadura militar.

Bolsonaro tem uma coleção de declarações asquerosas sobre a ditadura, como quando disse que "o erro da ditadura foi torturar e não matar”, em entrevista à rádio Jovem Pan em 8 de julho de 2016. E também que "devemos, sim, comemorar esta data [31 de março de 1964]. Afinal de contas, foi um novo 7 de setembro [...] O Brasil merece os valores dos militares de 1964 a 1985”, em vídeo publicado nas redes sociais em 31 de março de 2016.

Veja também: 10 frases de Bolsonaro defendendo a nefasta ditadura militar brasileira

Em sua declaração ao longo da sessão do Conselho de Ética realizada por seus elogios a Ustra durante a votação pelo impeachment de Dilma Rousseff, disse: "Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. (...) o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói brasileiro".

Seu vice, general Mourão, não fica atrás em relação à reivindicação de Ustra, chegando a dizer que ele respeitava os direitos humanos, o único militar brasileiro condenado pela justiça como torturador, que nunca chegou a pagar pelos seus crimes e morreu tarde aos 83 anos em 2015. Mourão disse: "O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade".

Demonstrou intimidade nojenta com o maior Ícone da tortura da ditadura militar. Carlos Alberto Brilhante Ustra comandou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) durante a ditadura militar entre 1970 e 1974. Foi responsável por pelo menos 45 mortes e desaparecimentos no local, e mais de 500 denúncias de tortura nas dependências da instituição, de acordo com a Comissão Nacional da Verdade. Ustra foi o único militar brasileiro condenado pela Justiça como torturador.

Em meio a esse regime do golpe institucional de 2016, marcado pelo pacto entre Bolsonaro e as outras alas do golpismo, como STF, Congresso, para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e fazer passar os ataques (vide a Reforma Administrativa), as eleições municipais de São Paulo têm Russomanno como o representante do asqueroso bolsonarismo saudosista da ditadura, e também Bruno Covas (PSDB), como representante desse golpismo atual, que precisam ser enfrentados, varridos e jogados na lata de lixo da História. Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas! Não esquecemos e não perdoamos a ditadura militar! Pela revogação da Lei da Anistia de 1979, assim como o julgamento e punição de todos os responsáveis civis e militares pela ditadura. É preciso arrancar do Estado a abertura irrestrita de todos os arquivos e documentos ocultos sobre os crimes da ditadura militar.




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