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BOMBARDEIO NA SÍRIA | Rússia suspende acordo de colaboração aérea com os EUA na Síria após o bombardeio americano

sexta-feira 7 de abril de 2017 | Edição do dia

A Rússia suspendeu o acordo mantido com os EUA de coordenação de ações militares aéreas após os mais de 50 mísseis lançados sobre a base aérea Síria pelos EUA nesta quinta. O acordo consistia em troca de informações informando as ações militares no espaço aéreo, uma colaboração entre os dois países para evitar choques entre as aeronaves, mas principalmente para evitar conflito direto entre ambas tropas.

Esta primeira intervenção militar direta dos EUA na Síria também foi primeira medida que começa a distanciar a colaboração entre ambas potências no conflito sírio, tendo a intervenção dos dois países até então se limitado a apoiar bandos locais, no caso da Rússia o apoio à Al Assad, enquanto que os Estados Unidos financiava militarmente grupos locais oposicionistas a Assad, ambos com a desculpa do “combate ao terror”, intervindo pelos interesses imperialistas arrasando o país que já é o maior no mundo em número de refugiados.

Desde o bombardeio com armas químicas, Putin tem se negado a votar pela resolução que condena os ataques com armas químicas ocorridos nesta semana, enquanto que Trump declarava ontem que “algo deveria ser feito”. Esta situação descrevemos aqui. Desde então a situação parece avançar para deterioração das relações entre os dois países.

Pela manhã o Kremlim havia declarado que o bombardeio tinha sido um “ataque a um país soberano”, já Nikki Haley, embaixadora dos EUA na ONU, discursou no Conselho de Segurança afirmando que o país estaria preparado para a necessidade de mais ataques "mas esperamos que isso não seja necessário" afirmando que Rússia e Irã "têm responsabilidade pelas atrocidades na Síria", demandando que a Rússia reveja o apoio a Assad. A intervenção na Síria, porém, é a principal esperança da Rússia se inserir nas disputas regionais pela influência imperialista no Oriente Médio.

Até então, o acordo de cooperação aérea entre EUA e Rússia selava a efêmera trégua entre os dois países, que dividiam os frutos desta cooperação pelo “combate ao terror” (invasão imperialista) no Oriente Médio. A trégua valeu inclusive até o momento do bombardeio, segundo o porta-voz do pentágono Jeff Davis, "Existiam russos na base (atacada) e tomamos medidas extraordinárias para não atingir as áreas onde os russos estão" avisando os militares russos da operação.

A delicada situação demonstra a farsa do “combate ao terror” de ambos países, se até ontem os EUA, que agora acusam Putin de ser complacente com Assad que acusam de deter as armas químicas utilizadas esta semana, demonstrando que a união temporária entre ambos os países só servia enquanto seus interesses na pilhagem da Síria e do Oriente Médio não entravam em conflito.




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