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Crise na Ucrânia | Rússia sinaliza envio de tropas ao Donbass, União Européia e EUA respondem com sanções

Após o longo discurso televisivo de Putin, onde anunciou que reconhece as auto-proclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, a Rússia sinalizou o envio de tropas para o leste ucraniano com o argumento de “manter a paz no território”. Biden e os principais países da União Europeia anunciaram sanções.

terça-feira 22 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Informações são de que, nesta madrugada, após o reconhecimento da auto-proclamada independência de Donetsk e Lugansk, tropas russas ingressaram no Donbass - o que recentemente foi posto em dúvida pelo vice-chanceler russo, Andrei Rudenko, que na tarde comunicou que as tropas permanecem em aguardo.

Segundo o informe situacional da Operação de Forças Conjuntas da Ucrânia publicado pela manhã, dois soldados ucranianos morreram e há vários feridos por bombardeios durante a noite.

A ONU realizou uma reunião emergencial do conselho de segurança (China, França, Rússia, Reino Unido da Grã Bretanha, Estados Unidos e países que têm o status de “não permanentes”), concluído há algumas horas.

A representante dos Estados Unidos para as Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia de querer voltar à época “em que os impérios governavam o mundo”, comunicando que nesta quarta seu governo anunciaria sanções. Prontamente Biden já emitiu um decreto para proibir que empresas estadunidenses façam negócios tanto em Donetsk como em Lugansk.

Talvez o que mais afete a Rússia no momento seja o anúncio alemão de que o Nord Stream 2 (o gasoduto que conecta ambos países e pelo qual o governo russo garantirá a venda de gás para a Alemanha e outros países europeus) não será certificado. O gasoduto já está terminado, mas ainda falta a aprovação da empresa reguladora alemã. Hoje, o chanceler alemão Olaf Scholz colocou a aprovação em dúvida.

A China, que mantém uma competição estratégica com os Estados Unidos e é aliada da Rússia, pediu “moderação para evitar que as tensões aumentem” na reunião do Conselho de Segurança.

Logo após o anúncio de Putin em reconhecimento das auto-proclamadas repúblicas, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se dirigiu ao ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleb, voltando a afirmar a postura de apoio por parte do país imperialista.

A presidenta da União Europeia, Ursula Von der Leyen, que hoje se reúne com os ministros de Relações Exteriores europeus, também anunciou que definirão uma série de sanções contra a Rússia.

Se tratam de possíveis sanções que, segundo publicou a mesma União Europeia, se direcionariam aos bancos que estão financiando operações militares russas e de outro tipo nesses territórios, à capacidade russa para acessar os mercados e serviços financeiros e de capital da UE, e também ao comércio entre as duas regiões separatistas e a UE.

Von der Leyen informou que o objetivo é que os líderes de ambas regiões e o governo de Putin “sintam claramente as consequências econômicas de suas ações ilegais e agressivas”, no mesmo tom que os EUA.

Enquanto isso, a Rússia, com a decisão de Putin e a entrada de tropas nas regiões do leste da Ucrânia, pretende querer mostrar sua decisão em reafirmar-se como potência regional, o que vai contra os interesses dos Estados Unidos e da OTAN, motivo pelo qual não é possível conceber que haja algo de progressista nesse confronto. Fato é que os principais atingidos pela escalada belicista e pelo conjunto das sanções serão os trabalhadores e o povo pobre da Rússia, Ucrânia e do leste europeu como um todo.




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