Com 93 votos a favor, 24 contra e 53 abstenções, o Conselho de Direitos Humanos da ONU suspendeu a Rússia do órgão. A Rússia vem causando mortes de civis em sua guerra reacionária na Ucrânia, e isto foi usado de forma cínica tanto pelos Estados Unidos - com um longo histórico de crimes de guerra e invasões - quanto pelas principais potências europeias.
quinta-feira 7 de abril de 2022 | Edição do dia
Trata-se de uma resolução que nunca se discutiu frente aos crimes cometidos pelos Estados Unidos em suas invasões a outros países, como no Iraque, Afeganistão ou mesmo frente a esse verdadeiro centro de torturas que é a prisão em Guantánamo.
Um dos votos favoráveis foi do Estado de Israel, outro membro deste Conselho de Direitos Humanos que frente aos inumeráveis assassinatos de palestinos - e que nos últimos tempos vêm recrudescendo -, torturas nas prisões israelenses ou os bombardeios na Faixa de Gaza, nenhum país imperialista levou à assembleia desse Conselho, uma moção de suspensão.
Somente nesses dois exemplos pode-se ver o cinismo imperialista. O que não anula as ações criminosas de Putin. As imagens de massivos massacres na Chechênia não podemos esquecer nem omitir.
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Embora na guerra na Ucrânia, juntamente com as ações militares, haja uma guerra de informação que inclui muitas fake news a pedido tanto de Zelensky (o presidente ucraniano abertamente pró-imperialista), quanto das principais potências, mas também da Rússia, é claro que os bombardeios ordenados por Putin e as ações de suas tropas em solo ucraniano estão cometendo assassinatos (além do sofrimento dos milhões de refugiados). Por sua vez, circulam vídeos de como membros do batalhão ucraniano Azov (um movimento nacionalista de extrema direita com muitos membros diretamente nazistas), assassinam soldados russos que se rendem.
Quem preside o Conselho é o argentino Federico Villegas, embaixador na ONU (esse país latino-americano seguiu as diretrizes do imperialismo americano, sem levar em conta, ou mesmo levantar, o longo histórico de crimes das principais potências). Será ele quem deverá aplicar as sanções correspondentes. Por se tratar de uma suspensão (enquanto se realiza uma investigação...pelos países membros), a Rússia continua tendo assento no Conselho, mas não pode votar, apresentar resoluções ou intervir nas questões que são discutidas.
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Para prosseguir com esta suspensão, foram necessários dois terços dos países votantes.
O único precedente de um país suspenso do Conselho foi a Líbia, quando governava Muhamar Al Gaddafi, após a repressão às mobilizações no marco da primavera árabe. Aquele foi precisamente um país onde os Estados Unidos intervieram militarmente, dando apoio às forças que mais tarde acabariam por assassinar o ditador líbio, e logo em seguida o Conselho retirou a suspensão.
