Funcionários da empresa Saritur que fazem o transporte de passageiros em Ribeirão das Neves e Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, cruzaram os braços na manhã desta segunda-feira (30).
segunda-feira 30 de novembro de 2020 | Edição do dia
Nenhum ônibus das 26 linhas sob a gestão da empresa circulou no dia de hoje. Os trabalhadores protestam por melhores condições de trabalho e contra o anúncio de parcelamento do décimo terceiro salário que pode ser pago em até cinco vezes.
Em depoimento para o jornal o Tempo o motorista Lafaiete Fernandes Cacique enfatizou como além da questão do décimo terceiro já havia um acúmulo de ataques por parte da empresa contra o direito dos trabalhadores.
“O décimo terceiro foi a gota d’água, tem muitas outras irregularidades, por exemplo, diminuíram nosso salário, mas a carga horária não foi diminuída. O ticket refeição, a gente trabalha 26 dias no mês e só recebe metade. Eles não tem controle e não pagam as nossas horas extras. Então estamos tendo um retrocesso dos benefícios que a gente tinha conquistado com muito trabalho”, afirma o motorista.
Os funcionários também reclamam da falta de banheiros nos pontos finais das linhas e alegam estarem trabalhando em condições insalubres. Condições que revelam como foram tratadas categorias essenciais de trabalhadores, que foram obrigadas a seguir trabalhando em meio a pandemia, mas sem que políticos e empresários oferecessem as providências necessárias para a sua proteção, arriscando milhares de vidas operárias em nome dos lucros.