×

TRANSFOBIA | Roberta, mulher trans que foi queimada viva em ato transfóbico, apresenta melhora mas segue em estado grave

Roberta, a mulher trans e moradora de rua que sofreu um grave atentado contra sua vida e dignidade ao ser vítima de uma ato transfóbico monstruoso, na última quinta (24), no qual atearam fogo ao seu corpo enquanto ela dormia em uma rua do Centro do Recife, apresentou melhora em seu quadro clínico.

quarta-feira 30 de junho de 2021 | Edição do dia

Após ser levada para o Hospital da Restauração e virar notícia no Brasil inteiro por ser vítima de tamanha barbárie, Roberta teve seu braço amputado. As chamas desfiguraram 40% do seu corpo (principalmente os dois braços, tórax e abdómen). Ela estava entubada e passou por um processo de extubação (quando os tubos necessários para a sustentação da vida se tornam desnecessários e são retirados), e segunda (28) foi para a UTI. Segundo os médicos seu quadro continua sendo grave.

É sintomático das condições de vida da população trans no Brasil que Roberta se encontrasse, antes do ocorrido, em situação de extrema vulnerabilidade, tendo que dormir nas ruas. Também é notório sobre o caso que quando o incidente foi noticiado pela mídia burguesa, o nome da vítima não tenha sido levado em conta, sendo a vítima simplesmente reportada como “travesti” ou “mulher trans”, algo de uma transfobia desumanizante que negou à Roberta o direito a ser chamada por seu nome.

Embora apenas existam pouquíssimos dados sobre a situação da população trans no Brasil, ausência pela qual é responsável o Estado Brasileiro, que junto a outros atores políticos, buscam manter a população trans marginalizada e invisibilizada, além de manter esse setor em trabalhos precários com poucos ou nenhum direito; quando não são empurradas para a prostituição, como no caso de 72% das vítimas de transfeminicídio no país em 2020; em ambos os casos, há uma ampla rede de empresários milionários lucrando em cima da precarização das vidas LGBTQIA+.

Bolsonaro e seu ódio transfóbico são responsáveis por isso, junto com todos os políticos de extrema-direita que ferem a dignidade transgênero com uma suposta luta contra uma “ideologia de gênero”, e disseminam ódio LGBTfóbico com a cúpula das igrejas evangélicas.

Os culpados por isso são também o Estado Brasileiro que é omisso (isso quando não perpetra diretamente inúmeras violências contra os setores mais oprimidos da classe trabalhadora, como é o caso das chacinas policiais nas favelas por todo o Brasil), e a burguesia nacional, incapaz de cumprir qualquer papel realmente progressista, burguesia escravocrata e ultra violenta.

Nós do Esquerda Diário e MRT estivemos no ato no Recife na última segunda (dia 28) lutando por Justiça Por Roberta e todas as vítimas da transfobia e transfeminicídio! Que a repercussão pelo acontecido motive cada vez mais jovens e trabalhadores, cis e trans, a lutar por soluções para o fim dessa sociedade transfóbica e de sua moral reacionária, que motiva atos como o que vitimou Roberta. Essas soluções só podem vir da luta de classes, numa luta que unifique trabalhadores cis e trans. A luta contra a transfobia e pelos direitos da população LGBTQIA+ deve confluir com as mobilizações e atos de rua contra este governo genocida. É preciso uma grande paralisação nacional para pôr abaixo o regime do golpe junto com Bolsonaro, Mourão e os militares!

Justiça Por Roberta e por todas as vítimas da transfobia e transfeminicídio!
Pelo fim da transfobia!
Pelo fim da opressão-exploração!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias