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CORONA VÍRUS RJ | Rio tem mais casos de síndrome respiratória grave em um mês do que em 2019

Em quatro semanas, de 2 de março a 4 de abril, o número de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foi de 1951 no estado do Rio de Janeiro, maior que em todo o ano de 2019, que teve 1835 notificações.

terça-feira 21 de abril de 2020 | Edição do dia

Em quatro semanas, de 2 de março a 4 de abril, o número de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foi de 1951 no estado do Rio de Janeiro, maior que em todo o ano de 2019, que teve 1835 notificações. Desse total de 1951, apenas 281 foram confirmados como covid-19, o que expressa o absurdo nível de subnotificação pela ausência de testagem massiva.

Dos 1951 casos de internação, além dos 281 confirmados com covid-19, 173 testaram negativo para o novo corona vírus, 28 foram diagnosticados com outro vírus e a grande maioria segue sem resposta, sendo 840 os que aguardam resultado e 184 que nem sequer fizeram o teste, sem falar daqueles que nem mesmo chegaram a ser internados.

Esse levantamento, retirado de dados da Fiocruz, escancara como a ausência de testagem massiva mascara os dados e distorce as informações. Ainda que hoje o governo de Wilson Witzel queira fazer parecer que as notificações de casos e mortes estejam “controladas” elas claramente não refletem a realidade, em um país onde 31 milhões (16%) de pessoas não tem nem acesso à água potável para lavar as mãos em casa, quiçá assistência médica. A situação é ainda mais extrema para 5,8 milhões de pessoas que não tem banheiro em suas casas, e onde 74,2 milhões (37%) vivem em áreas sem esgoto.

Esse quadro demonstra como a quarentena por si mesma, da qual Witzel e Doria viraram paladinos como única solução possível, não é suficiente frente, em primeiro lugar, à ausência de testes massivos, mas também pela falta de saneamento de milhões de brasileiros.

Em meio à cegueira pela falta de testagem e deficiências estruturais históricas, estamos caminhando para o pico das infecções e os especialistas alertam sobre a eminencia do colapso do sistema de saúde no Rio, que aponta hoje lotação de 94% dos leitos, onde as principais emergências já não tem mais capacidade.

Enquanto isso, Witzel não apenas se nega a ver a necessidade de centralização de todo o sistema de saúde privado para atender racionalmente o máximo dos que necessitarem, como ao contrário, avança para privatizar educação, cultura e até mesmo a água, frente à pandemia.

É por isso que apenas os trabalhadores podem dar uma resposta real à essa crise e as mazelas capitalistas que nos colocaram nesta situação frente a um vírus. Não faltam recursos de nenhum tipo, mas sim determinação de enfrentar os lucros para salvar vidas. É possível organizar campanhas massivas nos locais de trabalho e nas redes para garantir segurança aos que seguem trabalhando, especialmente para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate, mas também pela urgente efetivação de testagem massiva, exigindo dos sindicatos que cumpram seu papel de ferramenta de luta nesse momento tão importante. A articulação entre denúncias dos descasos dos governos e patrões, campanhas de exigência e organização dos trabalhadores desde as bases pode fortalecer nossa batalha não apenas hoje, mas frente aos desafios que ainda virão quando ficar evidente que o vírus não é nosso principal inimigo.




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