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PACOTE TEMER-PEZÃO | Rio de Janeiro mostra o caminho pra derrotar os ataques de Temer

Terça-feira vai à votação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) a criminosa votação da privatização da CEDAE, a empresa pública do Rio de Janeiro de águas e esgotos. Esse ataque é a ponta de lança de um interminável pacote de maldades, que vai de ataques às aposentadorias, aos salários de todo funcionalismo e alcança a destruição da saúde e da educação públicas. Se os trabalhadores da CEDAE e todos trabalhadores cariocas conseguem barrar esse ponto central do ataque todo o pacote o acordo de Temer e Pezão vai por água abaixo. Isso poderia ser uma inflexão para os trabalhadores em todo país. A essa vitória dedicamos nossas energias.

segunda-feira 13 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

A entrega, à preço de banana, da CEDAE é a condição que Temer colocou ao Rio de Janeiro para aprovar um pacote de suspensão da dívida estadual que paralisa o orçamento do Rio. Pezão, governador cassado pelo TRE e que aguarda julgamento de seus recursos, precisa dessa aprovação para se sustentar politicamente perante a elite nacional que quer fazer do Rio de Janeiro um exemplo de seus ataques aos trabalhadores em todo território nacional.

Picciani, cacique do PMDB e presidente da ALERJ, apesar de procurar se separar dos escândalos do governador de seu mesmo partido, garante que fará de tudo para aprovar essa chantagem. Dia e noite a mídia argumenta que não há alternativa ao pacote. Teríamos que aceita-lo. Pezão e Picciani declaram que sem ele o funcionalismo seguirá com salários atrasados. Fazem uma chantagem 24horas. Todos eles. Todos empresários e políticos dos empresários querem o ataque.

A grande disposição de luta dos trabalhadores da CEDAE, mobilizando um importante contingente de seus locais de trabalho, amigos e familiares que junto a outros setores dos trabalhadores cariocas resistiram à sangrenta repressão da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional são um entrave aos planos de Temer, Pezão, Picciani e da rede Globo. Estarão estes trabalhadores antecipando as explosões operárias que podem surgir nacionalmente frente a crise econômica e ao pacote de ajustes?

Sua vitória seria uma vitória para todos trabalhadores cariocas. Sua luta pode e precisa inspirar a UERJ e restante dos trabalhadores e da juventude carioca. E por esse caminho os trabalhadores do Rio poderiam ser uma força para os trabalhadores de todo país, para conseguir impor assembleias de base para realmente mobilizar contra os ajustes, superar a paralisia das principais centrais sindicais do país como a CUT e CTB.

Impedir a venda da CEDAE daria mais força para lutar contra o fechamento da UERJ, daria força para impedir o ataque às aposentadorias do funcionalismo e a todo o pacote. A vitória da CEDAE poderia significar que o Rio de Janeiro fosse o oposto do que quer a burguesia. Se querem do Estado um exemplo do ajuste, poderíamos fazer do Rio um exemplo da resistência, um exemplo para juntos lutarmos contra a reforma da Previdência, contra a reforma trabalhista e cada nova privatização que planejam na Petrobrás, Eletrobrás, nos aeroportos.

Para isso se concretizar os trabalhadores da CEDAE precisam vencer nessa terça.

A disposição de luta dos trabalhadores e da juventude carioca vem se mostrando a meses, é importante partir de lições de todos últimos meses para derrotar definitivamente os planos de Temer, Pezão e Cia.

Desde o ano passado vem sendo organizadas uma série de manifestações na ALERJ e paralisações de distintos setores, que foram parte do que impediu a aprovação de parte dos ataques. No entanto, tanto no Rio, e ainda mais nacionalmente, não foi organizado pela base um verdadeiro plano de luta, a partir das assembleias e da unificação em dias que sejam concentrados com manifestações massivas de dezenas de milhares, com paralisações, cortes, etc. Se nos limitamos a mobilizações parciais convocadas pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado (MUSPE) e a atividade parlamentar do PSOL e outros setores contra os ataques, sem fazer pesar de maneira decisiva a luta de classes, não vamos conseguir barrar efetivamente os ataques.

O que foi parcialmente derrotado em Dezembro voltou com mais força agora em janeiro e fevereiro. É preciso que a classe trabalhadora mostre seu peso com greves e paralisações que parem o estado do Rio, que a juventude ocupe massivamente as ruas, que coloque de pé a luta em escolas e universidades. Exigimos das centrais sindicais, CUT e CTB que rompam com sua paralisia, e lutem efetivamente contra o pacote e os ajustes.

Marcelo Freixo deveria se dirigir às mais de um milhão de pessoas que votaram nele nas últimas eleições municipais, buscando uma alternativa à esquerda do PT, para que venham no ato de amanhã, transformando-o em uma massiva demonstração de dezenas milhares de pessoas contra a privatização da CEDAE e todo o pacote de Pezão e Temer.

Todos os sindicatos, em primeiro lugar aqueles em que a esquerda tem força como o SEPE e a ASDUERJ, entre outros, precisam organizar uma frente única que vá muito além do MUSPE, o que significaria organizar em todos sindicatos assembleias de base, colocando os trabalhadores como sujeitos dessa luta, coordenando as ações para que possamos juntos resistir aos ataques, superando a fragmentação das paralisações, atos e iniciativas.

Com toda a força da classe trabalhadora em ação também pode se tornar mais fácil superar a confiança que muitos trabalhadores ainda tem na participação de policiais nas manifestações, apesar dos policiais mostrarem em dezembro que só estavam interessados em retirar sua categoria do pacote e com as imensas provas à bala e gás lacrimogênio na última quinta de que estão do outro lado, defendem Pezão e Picciani, ilustrando mais uma vez como são repressores não só nos morros e favelas mas também das lutas da classe trabalhadora.

Precisamos retomar a força que foi a greve dos garis e seu contundente “não tem arrego” a ganhar as ruas do Rio, a imensa força social que apoiou os professores em luta em outubro de 2013. E para isso que dirigimos nosso chamado.

O Esquerda Diário, o MRT e os jovens da juventude Faísca – Anticapitalista e Revolucionária estiveram ombro a ombro com os trabalhadores da CEDAE na resistência à violenta repressão da PM de Pezão, que levou à covarde agressão a um militante do MRT e editor do Esquerda Diário que ficou hospitalizado por dias bem como ao ferimento de outros militantes da Faísca. Nesta terça voltaremos às ruas com os trabalhadores da CEDAE, com os estudantes e trabalhadores da UERJ e demais categorias em luta com toda a força no Rio bem como achamos fundamental que essa luta seja cercada de solidariedade em todo o país.

Nossa disposição militante no Rio e em todo país passa pela batalha para construir uma urgente frente única que permita vencer no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo que erguemos nossa visão anticapitalista para a crise. Que sejam os capitalistas que paguem pela crise! Lutamos pelo não pagamento da dívida, pelo confisco dos bens de corruptos e corruptores, pelos impostos às fortunas, pela estatização sob controle dos trabalhadores de todas empresas que foram privatizadas, para fazer que sejam os empresários e não nós que paguemos pela crise.




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