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CRISE HÍDRICA | Reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste tem em maio o menor nível desde 2001

Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste chegaram ao final de maio com o armazenamento médio mais baixo para o mês desde 2001, ano em que o país enfrentou um racionamento de energia, apontam dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

quarta-feira 2 de junho de 2021 | Edição do dia

Fonte: Wikipedia

O governo nega risco de um novo racionamento. Porém, admite a gravidade da situação e já emitiu alerta de risco hídrico. A queda no nível dos reservatórios já provoca o encarecimento das tarifas de energia no país. De acordo com especialistas, a crise atual pode ser mais grave que a registrada em 2015, quando também houve temores de um racionamento.

Chuva abaixo da média

As duas regiões, Sudeste e Centro-Oeste abrigam as principais hidrelétricas brasileiras, mas sofrem há anos com chuva abaixo da média. No último período úmido, entre novembro de 2020 e abril de 2021, foi registrado o menor volume de chuvas dos últimos 91 anos. O baixo nível dos reservatórios, e a expectativa de que não haverá recuperação nos próximos meses, que são de seca no Sudeste e Centro-Oeste, já provocam preocupações de que o país possa enfrentar um novo racionamento de energia. Em maio o Ministério de Minas e Energia montou um grupo para acompanhar a crise e propor medidas para enfrentar o agravamento da situação no setor elétrico.

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Agora, esta carência de chuvas é produto de diversos fatores, dentre eles o próprio desmatamento irracional da Amazônia levado adiante pelo governo Bolsonaro: com as queimadas na região Norte, a Massa Equatorial Continental, advinda da evapotranspiração das árvores da Floresta Amazônica, é enfraquecida, não conseguindo irrigar os rios das regiões Centro-Oeste e Sudeste do país.

Quando o nível dos reservatórios está baixo, o governo aciona mais usinas termelétricas, que geram energia a partir da queima de combustíveis, como carvão e diesel. Ao acionar mais termelétricas, o governo reduz a geração hidrelétrica e poupa água dos reservatórios. Entretanto, a energia produzida pelas térmicas é mais poluente e cara, o que se reflete em aumento nas contas de luz.

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Portanto, a relação desarmônica que o capitalismo de conjunto possui com a natureza, expressa no Brasil muito fortemente pelo governo Bolsonaro, mas também pelo regime político como um todo, gera essa instabilidade climática que acaba recaindo no bolso e na vida dos trabalhadores. A classe trabalhadora, por sua vez, enfrenta uma situação de crise econômica e social, a qual também foi gerada pela burguesia, cada vez mais difícil, com o desemprego alcançando patamares astronômicos, o preço dos alimentos crescendo dia a dia e, agora, sofrendo com o aumento do preço das contas de energia. Os trabalhadores não podem arcar com essa crise!




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