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RACISMO NA UFMG | Repudiamos a agressão racista na Faculdade de Letras da UFMG

A Chapa 3 - "Nosso futuro vale mais que o lucro deles" para as eleições do DCE da UFMG, composta pela Juventude Faísca, pelo grupo de mulheres Pão e Rosas e estudantes independentes, repudia a agressão racista sofrida por um ex-estudante no interior da Faculdade de Letras da UFMG.

Nosso futuro vale mais que o lucro delesChapa 3 para as eleições do DCE da UFMG

segunda-feira 30 de setembro de 2019 | Edição do dia

Faculdade de Letras da UFMG. Fonte: UFMG.

No último sábado, 28, um ex-estudante do Centro de Extensão da Faculdade de Letras da UFMG sofreu um grave caso de racismo. Tendo ido ao local para tratar de questões da sua matrícula na instituição, foi impedido por quatro seguranças, que o agrediram gravemente, chegando a quase enforcar o rapaz, tal qual aconteceu com o jovem Pedro, morto por um segurança em um supermercado no RJ. Ao ouvir gritos de socorro da vítima, estudantes, professores(as) e trabalhadores(as) da Faculdade foram ao local, alguns gravaram o que estava acontecendo, e uma dessas pessoas, também negra, teve o celular completamente quebrado por um segurança.

Repudiamos veementemente este caso de racismo. As universidades vêm sendo fortemente atacadas por um governo racista e de extrema direita, como é o governo Bolsonaro, que tenta atacar o direito às cotas étnico-raciais porque eles não suportam ver jovens negros nas universidades. Um governo que tenta impor o pensamento único e anti-científico tentando minar com qualquer espaço de diversidade étnico-racial. Numa sociedade em que a juventude negra segue morta pelas mãos da polícia racista quando poderia estar nas universidades, estudando a solução para problemas como o da moradia, do meio ambiente e se dedicando à produção artística, à ciência básica... As mulheres negras seguem sendo a maioria dos trabalhadores terceirizados, as primeiras a sofrerem os cortes.

O governo Bolsonaro odeia os negros porque sabe do passado heroico do povo negro, que no Brasil é a história dos quilombos e da maioria da classe trabalhadora e da juventude, que hoje pode dar um basta aos ataques que esse governo e todos os setores escravocratas da burguesia nacional e internacional querem impor. Lutamos contra o racismo cada vez que ele se expressa, seja em agressões como essa ou pelo fato de que os negros são a maioria fora das universidades, mas não dentro delas como estudantes e professores.

Contra os ataques de Bolsonaro e suas políticas racistas, não basta apenas defendermos a universidade tal como ela é. A estrutura universitária tal como ela é hoje, estruturada a partir do filtro do vestibular e pela presença das empresas terceirizadas que administram um trabalho semi-escravo nas universidades, é uma base de sustentação do racismo institucional. Batalhamos por uma estrutura de poder realmente democrática em que o racismo institucional não seja um pressuposto.

Apenas um verdadeiro processo estatuinte universitário, democrático, imposto pela mobilização, poderia abrir as vias de batalhar por uma gestão universitária realmente democrática e antirracista e composta proporcionalmente por estudantes, professores e servidores, que garantisse, entre outros, a defesa incondicional das cotas, o fim do vestibular para toda a juventude ter direito de estudar e o fim dos convênios da UFMG com empresa terceirizadas, garantindo a imediata efetivação dos trabalhadores, que em sua maioria são mulheres e negras.

A comunidade da UFMG e a população que têm o direito de usufruir da UFMG e da produção do conhecimento aqui produzido têm que ter o direito de pleno acesso ao campus e qualquer medida de segurança teria que estar como mínimo sob controle da maioria da comunidade acadêmica, além de seus sindicatos e entidades estudantis, movimentos sociais e de direitos humanos, sem nenhum vínculo com empresas privadas e com a PM, instituição que tem como alvo privilegiado a juventude negra e o povo trabalhador. A UFMG, que vem sendo fortemente atacada por um governo racista e de extrema direita como Bolsonaro, não pode ser palco de agressões racistas. Exigimos um posicionamento imediato da Reitoria frente ao caso escandalosamente racista.




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