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Posse Lula-Alckmin | Representantes do governo golpista peruano estarão na posse de Lula-Alckmin

Virão ao Brasil o primeiro-ministro do Peru Alberto Otárola e a chanceler, Ana Gervasi para a posse de Lula e seu vice Alckmin. Após o golpe parlamentar no país, a presidente ilegítima Dina Boluarte não comparecerá por falta de um vice que assuma o lugar em sua ausência.

sábado 31 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Após o processo de impeachment, um verdadeiro golpe parlamentar orquestrado por partidos de direita, judiciário e imperialismo, a atual presidente ilegítima do Peru, Dina Boluarte, não viajará ao Brasil para a posse de Lula-Alckmin em 1º de janeiro. A justificativa é de que o governo ainda depende da aprovação de um projeto que propõe que o chefe do Congresso a substitua em caso de viagem ao exterior, uma vez que Boluarte era vice de Pedro Castillo, que foi deposto e condenado a 18 meses de prisão pelo judiciário.

Desde que o Congresso da República removeu Pedro Castillo da presidência por meio de um golpe parlamentar, dando o poder a Dina Boluarte - depois da fracassada medida bonapartista de Castillo de fechar o Parlamento - mobilizações poderosas e ações de protesto ocorreram em várias regiões do Peru. O governo golpista de Dina Boluarte respondeu às ações legítimas da luta do povo com uma repressão policial e militar brutal, que é encorajada pelo Congresso e pela grande imprensa. Essas ações repressivas já custaram a vida de pelo menos 20 pessoas, assim como dezenas de feridos e presos, sem que tenham sido capazes de impedir a população de continuar se unindo às mobilizações e aos bloqueios de estradas e vias de acesso.

Veja a declaração política da Corriente Socialista de las y los Trabajadores - CST Peru: Pelo fim da repressão policial e militar! Abaixo o governo golpista de Dina Boluarte! Assembleia Constituinte Livre e Soberana!

Lula se pronunciou em apoio aos resultados desse golpe parlamentar na América Latina, patrocinado pelos EUA, e cumprimentou a nova presidente. Salientando que Castillo foi eleito através de eleições, Lula disse que: "É sempre lamentável que um presidente eleito democraticamente tenha este destino, mas entendo que tudo foi submetido dentro da estrutura constitucional". "O que o Peru e a América do Sul precisam neste momento é de diálogo, tolerância e convivência democrática, [...] Espero que a Presidenta Dina Boluarte tenha êxito em sua tarefa de reconciliar o país e conduzi-lo no caminho do desenvolvimento e da paz social", continuou Lula. Alberto Fernández, presidente da Argentina, também deu o seu aval à movimentação golpista do Congresso, concedendo seu apoio "no âmbito do fortalecimento de nossa democracia, das relações bilaterais e das políticas regionais."

É repudiável a presença de representantes do governo golpista do Peru na posse de Lula-Alckmin, assim como o reconhecimento por parte governo brasileiro a esse golpe parlamentar, fruto da interferência grosseira do imperialismo dos EUA na América Latina. O Peru é um exemplo importante na América Latina sobre a verdade que se viu na política brasileira: para enfrentar seriamente os golpistas e a extrema direita, é necessário ter uma política de independência de classe e anti-imperialista.

Como dizemos aqui, Para deter a repressão, derrubar o toque de recolher reacionário e expulsar este governo golpista, é preciso através da mobilização impor aos sindicatos e às organizações sociais um verdadeiro plano de luta e medidas de autodefesa. Um plano de luta que deve ser discutido democraticamente nas organizações a nível das regiões, cidades e vilarejos. Este seria um primeiro passo importante para lutar por uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, em que o povo trabalhador, os camponeses e os povos originários possam colocar todas as questões - como saúde, educação, os recursos naturais do país - em discussão, e atacar a propriedade privada dos capitalistas, a posse dos recursos naturais e a precarização do trabalho. Esta experiência, por sua vez, permitiria a compreensão de que, para estes interesses e necessidades, é necessário lutar por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.

A esquerda brasileira, de maneira independente do governo, precisa organizar manifestações de solidariedade à luta dos trabalhadores e do povo pobre do Peru contra a extrema direita e os golpistas, como foi realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Todo apoio à luta e resistência do povo peruano!

Fonte: Gazeta do Povo
Foto: AFP




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