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Na tarde de quarta-feira (25), representantes LGBT de diversos grupos como a Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, ONG Atravessa, Prisma, IBRAT e PSOL se reuniram com a Intracomissão de Assuntos Institucionais e Comunitários para apresentar o Projeto de Lei do Conselho LGBT de Santo André e 4 medidas de Plano de Emergência de Combate a violência LGBTfobica e o transfeminicidio.

quarta-feira 25 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Após o ato artístico e político "Contando Corpos" que ganhou visibilidade em todas as mídias regionais, que denunciava as mortes e a violência sofrida pela população LGBT, houve uma reunião com representantes da prefeitura recentemente eleita, onde se marcou uma nova reunião para ser debatido a criação de um Conselho LGBT da cidade.

Nesta reunião realizada estavam presentes Virgínia Guitzel da Juventude Faísca, Letícia Souza da ONG Atravessa, Leo Barbosa do IBRAT, Victor do PSOL e Eli Pereira representando o movimento LGBT de Santo André na reivindicação da criação do Conselho LGBT para que o Estado reconheça a profunda desigualdade social que vive a população LGBT e em defesa de seus direitos.

Além do Projeto de Lei da criação do Conselho LGBT, também foi apresentado 4 medidas para um Plano de Emergência de combate a violência LGBTfobica e o transfeminicidio, que foi defendido pela ex-candidata Professora Maíra Machado pelo PSOL que teve 1.496 votos nas eleições municipais do ano passado. Demonstrando que o combate a LGBTfobia é uma decisão política de se enfrentar com os nossos opressores, responsabilizar as empresas e os políticos que mantém esta situação alarmante.

Na reunião, Léo Barbosa denunciou a exclusão das pessoas trans no mercado de trabalho: "A constituição será respeitada? Se nossos direitos vão começar a aparecer... Eu tenho 46 anos e estou a 28 anos desempregado, porque eu sou uma pessoa trans e por ser uma pessoa trans ninguém me aceita. (...) Então quero saber se vamos começar a ter políticas para que estes tipos de discriminação deixem de aparecer: (...) Estamos pedindo o que todo mundo já tem e à nós é negado". Eli Pereira complementou "A única coisas que estamos tendo acesso é a morte...a violência...". Letícia denunciou "Aqui em Santo André, as meninas da Avenida Industrial, todos os dias são espancadas ou são mortas... Mas isso é abafado". Virgínia questionou os representantes do novo governo sobre a retirada do debate de gênero e sexualidade das escolas, e como se propõem a respeitar a população LGBT se não se enfrentarem com a bancada evangélica e os conservadores que querem perpetuar a repressão sexual e as nossas identidades.

Após 40 minutos de reunião, não houve um prazo para uma devolutiva, uma vez que a Câmara está paralisada até que seja votada a proposta de reforma do novo governo que prevê a extinção das pastas de Direitos Humanos e a Secretaria de Mulheres.

Para Letícia Souza é absurdo que não haja um prazo para uma resposta enquanto seguimos contando corpos das pessoas LGBT. Contou ao Esquerda Diário: "Nós queremos nosso direito a uma vida digna, direito ao estudo, ao trabalho...".

Já a ativista Virgínia Guitzel denunciou "Sabemos quem é o PSDB e não confiamos que esta Câmara que está aliada aos empresários seja "a casa do povo" como nos disseram hoje. Viemos aqui apresentar as pautas LGBT, mostrar que existimos e vamos lutar pelos nossos direitos. Não vamos parar e aguardar uma resposta. Vamos seguir lutando nas ruas, porque não queremos migalhas ou favores, queremos nossa emancipação e para isso é preciso se enfrentar com o capitalismo e com todos que se propõem a administrá-lo".




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