No intuito de acelerar por qualquer via a aprovação dos ataques à classe trabalhadora foi realizada uma oferta a Renan Calheiros (PMDB) para apoiar a reforma da previdência e a ampliação da terceirização no Brasil.
Juan ChiriocaRIO DE JANEIRO
quinta-feira 30 de março de 2017 | Edição do dia
Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência ofereceram para Calheiros a recriação da pasta dos Portos em troca do apoio necessário ao pacote de ataques dos golpistas. Sobre isto Calheiros, que é hoje alvo de 8 inquéritos, afirmou ao jornal Estado que “O PMDB se sente fora do governo, mas eu, pessoalmente, não quero cargo nenhum. Seria o meu completo esvaziamento na bancada".
Calheiros critica a proposta do projeto da terceirização por esta ser muito "dura" e propõe ao governo propor um outro projeto com regras mais brandas para analisar no Congresso. Isto para não desgastar tanto o PMDB já pensando na disputa das próximas eleições em 2018. Sobre isto Renan acrescentou que “há hoje o sentimento de que, quando o governo acabar, acabou o PMDB. Não dá para ser assim. Precisamos preparar o partido para eleger senadores, em 2018, e também ter um projeto”. O líder peemedebista no Senado acrescentou afirmando que "Eu não quero participar do governo, não quero indicar ninguém no governo, e hoje, como líder da bancada, diante dessa insatisfação que é generalizada, mais do que nunca".
Calheiros, em confronto com o PMDB do governo federal, afirma uma separação do PMDB no planalto com a bancada peemedebista, reivindicando que "seja chamada, faça inserção no governo e discuta as reformas" e finalizou afirmando que "o que a bancada quer, e isso é insubstituível, é participar da formulação de políticas públicas e fundamentalmente calibrar o tamanho das reformas que são mandadas para o Congresso".
Disputas nas alturas, revolta e disposição de luta dos trabalhadores embaixo
Para além destas disputas na cúpula dos golpistas no cenário de profundos ataques contra a classe trabalhadora, as centrais sindicais convocam um dia de paralisação geral só para o dia 28 de abril, sem organizar desde as bases para construir uma forte paralisação contra os ataques para que a crise seja paga pelos capitalistas. Isso serve para tentar canalizar a disposição à luta dos milhões de trabalhadores no Brasil na via eleitoral de Lula 2018, deixando em aberto mais de um mês entre a paralisação do 15M, que expressou o potencial que pode ter a classe trabalhadora como sujeito entrando na cena política brasileira. Um mês para a direita, os golpistas e os empresários continuarem aprovando ataques como a reforma da previdência e o projeto de terceirização.
Não podemos esperar, a luta contra a reforma da previdência precisa ser derrotada assim como todos os outros ataques de Temer e os golpistas. Por isso é urgente uma paralisação nacional imediata, que paralise tudo agora, e não somente daqui a um mês como querem as centrais sindicais. Até dia 28 de abril os ataques como a terceirização irrestrita e a reforma da previdência já estarão aprovados ou sancionados e a vontade de luta que tem demonstrado a classe trabalhadora terá sido jogada no lixo.