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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Reforma justa é Fake News! Reforma da previdência pode ser aprovada esta semana

Nosso futuro está ameaçado com a aprovação de uma reforma que de “igualitária” tem nada. Ela conserva privilégios históricos e não por mera coincidência, já que os setores agraciados são os que apoiaram Bolsonaro nas eleições, sustentam seu governo e veiculam seus projetos de governo contra os direitos históricos da classe trabalhadora.

terça-feira 9 de julho de 2019 | Edição do dia

Lideranças do PSL preveem que a aprovação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados passe até o final dessa semana. Rodrigo Maia (DEM) também soltou na imprensa que já tem garantidos os votos necessários para passar a reforma antes do recesso parlamentar. Tudo indica que, depois de ter sido aprovado na Comissão Especial de Justiça (CCJ) na semana passada, o novo projeto da reforma, aumentando o valor das alíquotas de contribuição previdenciária e o tempo mínimo para os trabalhadores se aposentarem (65 anos de idade para os homens e 62 para as mulheres), e diminuindo o valor do pagamento da aposentadoria, começa a ser encaminhado seriamente. Um detalhe interessante é que por mais que Rodrigo Maia e o governo Bolsonaro estejam confiantes na aprovação do projeto no Congresso, o placar eletrônico e em tempo real do Estadão, jornal assumidamente a favor da reforma, indique que não há os votos necessários para que passe entre os deputados (até a publicação dessa nota, o diário burguês conta com 268 deputados a favor da reforma da previdência).

Apesar da capa da edição dessa terça (9) da Folha de São Paulo, se garantindo na pretensa autoridade do Datafolha, empresa pertencente ao conglomerado de mídia da própria Folha (sic), demonstre em números que uma proporção maior da população passe a apoiar a reforma, depois de anos e meses com os principais meios de comunicação martelando nossas cabeças com o tal discurso mentiroso baseado na “necessidade de ajustes das contas públicas”, na realidade ela virá apenas para beneficiar o empresariado, o capital financeiro, o agronegócio, juízes, policiais e militares.

No mesmo projeto de reforma da previdência, que é vendido pela grande imprensa como mais “igualitário”, continua garantindo aos militares o salário que recebiam no fim de carreira, e ainda criaram um nível hierárquico. Juízes e promotores também terão garantidos seus vencimentos atuais. Políticos também têm a chance de passar no plenário do Congresso uma regra de transição mais leve “para não perder direitos”. Isso num país em que 60% dos aposentados recebem um salário mínimo. Ainda para ficarmos no projeto, nele está embutido um dispositivo que isenta o agronegócio de pagamento do INSS, deixando de entrar no orçamento público (saúde, educação e transporte) mais de R$ 80 bilhões. Do lado do capital financeiro e do empresariado, existe um rombo nas contas públicas que é a nunca falada dívida que esses setores contraíram com o Estado. Os grandes meios de comunicação também escondem esse fato. Na realidade, operam para realizar a pilhagem do dinheiro do trabalhador e da retirada de seus direitos, ao cortar verbas das áreas sociais, privatizar o patrimônio público e em nos atacar com a previdência para que a fraudulenta e não discutida dívida pública, contraída com os bancos nacionais e internacionais, seja paga religiosamente quando ela deveria ser cessada imediatamente.

Leia: [Reforma da previdência de Bolsonaro GARANTE privilégios. Conheça 6 fatos que provam isso - http://www.esquerdadiario.com.br/Reforma-da-previdencia-de-Bolsonaro-GARANTE-privilegios-Conheca-6-fatos-que-provam-isso]

Conta também para chegarmos nessa situação a atuação traidora das centrais sindicais e das direções estudantis, sobretudo daquelas organizações ditas de esquerda como o PT e do PCdoB. Os governadores do PT e do PCdoB do Nordeste são parte desses políticos que não querem ficar manchados pela aprovação desses ataques aos direitos da classe trabalhadora nos seus estados. Por isso, estão tentando empurrar os servidores públicos no atual projeto de reforma previdenciária. Com um discurso pintado de vermelho, afirmam que são contrários à reforma nas centrais sindicais e no movimento estudantil, enquanto negociam por alto nosso futuro com as alas mais reacionárias do regime político. No dia 14 de Junho, mesmo com a política traidora das centrais sindicais como a UGT e a Força Sindical, e a política de greve de pijama da CUT e CTB, dirigidas por PT e PCdoB, muitos trabalhadores mostraram seu rechaço pela reforma da previdência e que há disposição de enfrentar os ajustes. Contudo, estas duas centrais não só se calaram diante da traição das entidades patronais, como quiseram dizer que o novo relatório da reforma da previdência proposto pelo tucano Samuel Moreira é uma vitória do sindicalismo.

E hoje, o máximo que fazem, com a derrota planejada por eles nas ruas, é fazer “lobby” no Congresso pra virar voto de deputado, no intuito de não garantir os 308 votos necessários. Com puro parlamentarismo, a esquerda não barra a aprovação. As ruas e as lutas de classes sim, mas não foi nisso que as centrais sindicais e as organizações de esquerda apostaram para vencer.

Em suma, nosso futuro está ameaçado com a aprovação de uma reforma que de “igualitária” tem nada. Ela conserva privilégios históricos e não por mera coincidência, já que os setores agraciados são os que apoiaram Bolsonaro nas eleições, sustentam seu governo e veiculam seus projetos de governo contra os direitos históricos da classe trabalhadora.




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