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TEATRO UFRGS | Reflorestar: 5° edição do desfile do Guarda-Roupa do DAD

No dia 07 de novembro, os estudantes do Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS saíram às ruas do centro de Porto Alegre numa performance-manifestação de comemoração a 5° edição do desfile do Guarda-Roupa do DAD.

Luno P.Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

sexta-feira 15 de novembro de 2019 | Edição do dia

Imagem de @iassana.martins

Dia 07 de novembro a floresta invadiu as ruas do centro de Porto Alegre reclamando seu espaço que fora retirado. Eram os estudantes do Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS que comemoravam a 5° edição do Desfile do Guarda-Roupas do DAD que nesse ano teve como tema a resistência. O desfile do Guarda-Roupa desde seu início, em 2014, teve como objetivo estreitar a relação dos estudantes, funcionários e professores dos cursos de Teatro da UFRGS com um desfile de figurinos, mas, sobretudo, manter em funcionamento o acervo Lígia Régio e evidenciar seu valor junto à comunidade acadêmica como um acervo histórico do teatro porto-alegrense, porém toma novas proporções frente aos ataques à educação que já vinham desde 2015 no governo Dilma, mas que hoje se agudizam com os ataques que Bolsonaro e Weintraub vem aplicando desde o início do ano com cortes de 30% das verbas das universidades públicas, cortes de milhares de bolsas da CAPES e CNPQ, com o Marco Legal da Ciência e o Future-se, que visam privatizar nosso conhecimento definindo quais pesquisas são "lucrativas" como um ataque reacionário e anti-ciência ao pensamento crítico, e que se soma a aprovação da reforma da previdência a nível nacional e ataques ao funcionalismo público por Eduardo Leite a nível regional.

Nesta 5° edição do desfile, o tema da resistência se concretiza numa performance-manifestação chamada Reflorestar, onde os estudantes saíram às ruas inspiradas na floresta que caminha em Macbeth, aquele coro que parece vegetal e se move em busca de justiça e equilíbrio. Os eixos que guiavam a performance eram em defesa da natureza, da educação pública, dos patrimônios públicos do estado do RS, pelo acesso e manutenção dos espaços culturais públicos de Porto Alegre, pela reabertura do Teatro de Câmara Túlio Piva, do Centro Cenotécnico, da Usina do Gasômetro, dos espaços artísticos do Hospital Psiquiátrico São Pedro e pela liberdade de expressão.

Frente aos ataques do governo Bolsonaro e toda a onda de obscurantismo por parte da extrema-direita, mas também aos ataques de Marchezan na gestão da prefeitura de Porto Alegre, que ataca quaisquer iniciativas culturais e que em sua gestão tomou medidas que estrangularam de vez as escolas de samba da capital, em um processo que levou ao cancelamento dos desfiles de Carnaval deste ano, iniciativas como essa renovam seu sentido e devem ser parte de uma luta em defesa de todas demandas democráticas. Com as queimadas na Amazônia que trouxeram um mês de agosto sufocado por fumaça e destruição fazendo inclusive "anoitecer" mais cedo em vários lugares no país, e que Bolsonaro tentou esconder os dados sobre desmatamento, até demitindo, por retaliação, o antigo diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), Ricardo Galvão, por ter publicados os dados sobre desmatamento, com o derramamento de óleo que atingiu fortemente o nordeste mas que hoje já atinge 494 localidades e Bolsonaro e os governos estaduais seguem calados diante desses vazamentos que destroem o meio ambiente e a vida de centenas de famílias que vivem da pesca enquanto seguem os planos privatistas contra o pré-sal e recursos petroleiros do país e frente ao assassinato de Paulo Paulino, líder indígena guardião da Amazônia, é necessário que todos os trabalhadores da cultura e toda a sociedade se unam para que lutemos contra esse governo e contra todos os ataques ao meio ambiente, pelo financiamento público da cultura, por um combate a qualquer tipo de censura e da defesa da livre manifestação artística e ao mesmo tempo contra os capitalistas e seus governos que se apoiam no que há de mais atrasado para aprofundar a divisão da classe trabalhadora e sua exploração e que são responsáveis pelas catástrofes ambientais e a potencial destruição do planeta.




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