O governo Bolsonaro e a Petrobras anunciaram um mega-aumento do preço dos combustíveis, o que aumenta também o preço do gás de cozinha. É urgente que lutemos contra a privatização e os desdobramentos da guerra na Ucrânia, batalhando pela redução imediata dos preços dos combustíveis e por uma Petrobras 100% estatal, sob gestão dos trabalhadores e controle da população.
sexta-feira 11 de março de 2022 | Edição do dia
Foto: gettyimages/iStock
O descarrego da crise capitalista nas costas dos trabalhadores, setores oprimidos e povo pobre se aprofundam e a responsabilidade é de Bolsonaro, herdeiro do golpe institucional de 2016, Paulo Guedes e o projeto privatista. O ano de 2021 no Brasil fechou com mais de 10% de inflação. Se nos anos anteriores vimos crescer absurdamente a fila do desemprego, o ano passado e o início deste ano já são marcados pelas filas do osso e do lixo.
No ano passado, a gasolina já vinha a cerca de R$7 e o gás de cozinha, numa média de R$100. Ontem, quinta (10), motoristas relataram longas filas nos postos e preço da gasolina já a R$8,50. Enquanto isso, o lucro da Petrobras em 2021 foi de R$106,668, o maior da história da empresa, e foi baseado no avanço da privatização e nos preços absurdos dos combustíveis, que penalizam os trabalhadores. Além disso, a empresa anunciou também que iria aumentar a remuneração dos acionistas, de enorme parcela estrangeira, mostrando que trabalha para gerar lucros para eles. Isso se deve pela defesa da entrega da Petrobras ao capital privado, promovida em escala acelerada por Bolsonaro, Guedes, Arthur Lira (PP), militares e o conjunto dos golpistas, mas também pelos leilões iniciados pelos anos de governo do PT.
Ligado a isso, se localizam os desdobramentos da guerra na Ucrânia, que está sendo bombardeada pelo presidente da Rússia, o reacionário Vladimir Putin. Como resposta, os governos imperialistas de Biden nos EUA e da União Europeia aplicam sanções econômicas que quem paga são os trabalhadores russos e também dos países que têm relação comercial com a Rússia. É essencial a solidariedade internacional à classe trabalhadora russa, que realiza greves contra a diminuição dos salários, por causa da crise do rublo, assim como aos trabalhadores na Alemanha e Europa Oriental, como as trabalhadoras da saúde e educação em Berlim, que fizeram uma greve de milhares por melhores condições de trabalho e contra o rearmamento imperialista europeu.
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Num cenário como esse, é urgente lutar pela redução imediata dos preços dos combustíveis e por uma Petrobras 100% estatal, sob gestão dos petroleiros e controle dos usuários, que são os que sabem de verdade as necessidades da população. Exemplo em pequeno disso, mas com impacto social e que demonstra que a classe trabalhadora pode, sim, dar uma resposta independente, foi a distribuição dos petroleiros de gás de cozinha a preço justo, no Terminal da Baía de Guanabara, assim como já ocorreu em diversas partes do país durante 2020 e 2021.
E, para isso, é necessário que as frentes e centrais sindicais nacionais, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a CUT e a CTB, assim como a União Nacional dos Estudantes (UNE), e demais movimentos sociais, dirigidos pelo PT e pelo PCdoB, saiam do imobilismo, cujo o objetivo eleger Lula (que se desenha cada vez mais ter como vice o ex-tucano privatista Alckmin), e convoquem assembleias em cada local de estudo e trabalho, para que os trabalhadores, estudantes e a população possam ter poder de voz e decisão democrático. A Petrobras é a maior empresa do país, controladora de imensas riquezas naturais, e poderia cumprir um papel de proteger e servir aos interesses de toda a população brasileira, se estivesse nas mãos dos trabalhadores. A privatização se acelerou com Bolsonaro e os militares, mas começou com os tucanos e continuou acontecendo nos governos do PT, aumentando muito desde o golpe de 2016. Por isso é necessário superar o PT pela esquerda. Vimos isso também com a entrega de bandeja 22 concessões de campos de produção e águas rasas da Petrobras no Rio Grande do Norte, que foi uma ação do governo federal num estado governado pelo PT.
Pela unidade da classe trabalhadora, setores oprimidos e do povo pobre: que os capitalistas paguem pela crise! Redução imediata dos preços dos combustíveis já! Por uma Petrobras 100% estatal! Não à guerra na Ucrânia: fora tropas russas e abaixo a OTAN!
