A rede de mercados Dia anunciou que vai encerrar as atividades no Rio Grande do Sul, fechando as portas de seus 70 estabelecimentos no estado. Alegando queda nos lucros, a multinacional espanhola vai tirar o sustento de 753 famílias.
quarta-feira 9 de setembro de 2020 | Edição do dia
Desde o início do ano, a rede Dia vem fechando unidades no Rio Grande do Sul, já foram várias lojas fechadas e dezenas de trabalhadores demitidos. Agora o plano é encerrar de vez as atividades, a empresa alega queda no faturamento e que pretende reestruturar a operação no estado, mesmo tendo resgistrado uma alta de 20% nos lucros no Brasil em meio à pandemia. Demitirão 753 trabalhadores de um serviço essencial.
O acordo que a empresa e o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, ligado à Força Sindical, querem fechar prevê apenas o pagamento da recisão e a miserável “compensação” de 1 ano de registro em um site de procura de empregos. Um deboche com estes trabalhadores, como se um site pudesse resolver o problema do desemprego no qual milhões inclusive perderam as esperanças e desistiram da procura, os chamados “desalentados”.
A multinacional europeia quer fazer os trabalhadores pagarem o prejuízo da crise, deixando centenas de desempregados em meio à pandemia, ao mesmo tempo que o país bate recordes de desemprego, os preços dos alimentos sobem cada vez mais e o auxílio emergencial, já insuficiente, será reduzido pela metade. Esse é o destino que os empresários querem para os trabalhadores: desemprego, miséria e fome.
Os empresários tem se apoiado nas MPs da fome criadas por Bolsonaro para abaixar salários, suspender contratos e continuar demitindo trabalhadores. Mas são os empresários que devem pagar pela crise! A pandemia mostrou mais do que nunca que são os trabalhadores que movem a sociedade, nos serviços essenciais e não-essencias, e não precisam de seus patrões sanguessugas.
É preciso um plano de emergência dos trabalhadores para combater o desemprego, com proibição das demissões e confisco dos bens das empresas que demitirem. Trabalho não falta, o confisco das grandes fortunas dos bilionários poderia financiar um plano de obras públicas que gere empregos, assim como a divisão das horas de trabalho sem redução salarial poderia garantir trabalho para todos, e também um auxílio emergencial de 2 mil reais para sustentar as famílias dos que não puderem trabalhar. Medidas como essas podem fazer que não sejam os trabalhadores, mas os capitalistas que paguem pela crise!