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GOLPE NA BOLÍVIA | Recrudesce a repressão na Bolívia e a golpista Áñez fala de "subversivos"

Em Cochabamba, existem pelo menos cinco mortos após uma dura repressão. A direita que derrubou Evo Morales busca desculpas para aprofundar a violência contra os setores que resistem.

sábado 16 de novembro de 2019 | Edição do dia

Em uma entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira, a golpista Jeanine Áñez endureceu seu discurso contra os protestos que ocorrem em diferentes cidades da Bolívia.

Cercado por militares e policiais, a autoproclamada "presidenta interina" falou da existência de "grupos subversivos armados" que buscam afetar o funcionamento da economia.

"Identificamos grupos subversivos armados, compostos de estrangeiros e compatriotas. Uma estratégia de bloqueio de serviços básicos foi identificada como um mecanismo para sufocar capitais, com grupos de pessoas que não estabelecem nenhum discurso específico para justificar esses crimes contra a sociedade". afirmou Áñez descaradamente.

O discurso da funcionária coincide com um salto na repressão contra as manifestações de repúdio ao golpe. O episódio mais brutal ocorreu em Cochabamba, onde uma enorme operação policial impediu a passagem de um comício da cocaleiros.

Negociar com os golpistas: uma política impotente

Na noite de sexta-feira, Evo Morales se pronunciou contra a repressão brutal que ocorreu em Cochabamba. Ele até relatou a existência de mais pessoas mortas por ação policial.

“Condeno e denuncio ao mundo que o regime golpistas que tomou o poder pela forças à minha querida Bolívia reprime com balas das Forças Armadas e da Polícia as pessoas que exigem pacificação e a retomada do Estado de Direito. Agora eles matam nossos irmãos em Sacaba, Cochabamba."

No entanto, o presidente deposto não parece ter alterado sua estratégia política cujo objetivo é tentar um diálogo e uma conciliação com os golpistas. Na manhã desta sexta-feira, em declarações a vários meios de comunicação, Evo Morales havia avaliado a possibilidade de o MAS concorrer às eleições, mesmo que ele não fosse candidato.

Essa política tem se mostrado abertamente impotente diante da brutalidade da direita. Após algumas reuniões entre os legisladores do MAS e os setores golpistas, Jeanine Áñez afirmou que o movimento liderado por Evo Morales poderia concorrer às eleições. No entanto, nesta sexta-feira mudou de discurso e anunciou que seria "Justiça" que deveria autorizar essa participação.

Todos os dias que se passaram desde o domingo passado mostram que a direita racista e patronal que perpetrou o golpe o fez para ir por tudo, impor um programa reacionário no campo social e cultural, economicamente neoliberal e claramente pró-imperialista.

É mais do que nunca necessário redobrar a mobilização na América Latina para enfrentar o avanço da direita continental aliada ao imperialismo.




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