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DONALD TRUMP | Reacionário Trump nega racismo na polícia e diz que protestos são atos de terrorismo

Em uma visita à cidade de Kenosha, no Estado de Wisconsin, o reacionário Donald Trump afirmou nesta terça-feira, 1º, que não há racismo sistêmico na polícia americana e disse que os protestos contra a violência policial são atos de "terrorismo doméstico".

quarta-feira 2 de setembro de 2020 | Edição do dia

Ao se colocar no epicentro da onda de manifestações sociais no país, Trump tentou novamente vender a imagem de "candidato da lei e da ordem", reforçando sua estratégia eleitoral.

Com a chegada de Trump em Wisconsin, tropas da Guarda Nacional bloquearam as ruas por onde ele passou. Apoiadores do presidente ficaram posicionados para acenar para o carro presidencial, com bandeiras dos EUA e sem máscaras de proteção. No centro da cidade, houve tensão e confronto entre manifestantes contra e a favor de Trump, enquanto a esquina onde Jacob Blake foi baleado virou uma manifestação antirracista.

Há dez dias, Blake levou sete tiros nas costas, à queima-roupa, de um policial branco. Além do novo episódio de violência contra um negro, Kenosha simboliza a escalada de tensão entre uma sociedade rachada. Na semana passada, um jovem de 17 anos, ligado a organizações de extrema direita, usou um fuzil AR-15 para matar dois manifestantes na cidade. Trump não criticou o atirador e comparou policiais que já dispararam contra cidadãos a jogadores de golfe, que ficam nervosos diante de uma jogada fácil.

Na viagem, Trump intensificou os ataque aos manifestantes e se afastou da pauta antirracismo ao não procurar a família de Blake, que vem pedindo que as manifestações sejam realizadas de maneira pacífica. "Esses não são atos pacíficos, são atos de terrorismo doméstico", disse o presidente.

No local onde Jacob foi baleado, centenas de pessoas e voluntários se reuniram para coletar assinaturas e registrar eleitores. No asfalto, os nomes dos negros mortos pela polícia foram escritos com giz.

A estratégia inflamada de Trump tem apelo junto a sua base fiel de eleitores. "Eu não acho que há racismo sistêmico no país. Meus amigos negros também não acham que há. Os democratas é que querem nos separar", afirmou Danell Vincenti, branca, de 53 anos, que usava um chapéu em formato de queijo na cabeça - produto típico da região. A maioria dos manifestantes pró-Trump não usava máscaras. "Os esquerdistas tentam criar uma histeria sobre o vírus", afirma Mary Russel, também branca e moradora de Illinois. As duas foram para Kenosha apoiar o presidente.

Trump está apostando na polarização para mobilizar a sua base reacionária e racista, agitando ainda mais os grupos supremacistas e a atuação da polícia contra os manifestantes. Isso enquanto dos democratas que tem tentando canalizar essa fúria negra para as eleições, colocando Kamala Harris como vice de Biden nas eleições de novembro, para conter a raiva que está nas sendo expressa nas ruas e direcioná-la às urnas.

A fúria negra que também se expressou no Brasil com as manifestações contra o racismo nos atos antirracistas e antifascistas, mostram que é a partir da mobilização que fará recuar a extrema direita, apostando na força dos trabalhadores aliado aos negros e negras de todo o país.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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