“Seu filho estava ali na mesa de relógios e, assim que saiu, sumiu um relógio”. Pai do adolescente afirma que desde a entrada de ambos na loja, foram perseguidos por olhares “desconfiados”. O episódio de racismo ocorreu no shopping Center Norte, em São Paulo.
terça-feira 16 de novembro de 2021 | Edição do dia
José Luís dos Santos Neto, 51 anos, afirma que teria chamado filho para ir embora da loja após insistência nos olhares discriminatórios dos funcionários. Ao saírem, um funcionário veio atrás deles e disse que precisava revistar a sacola que o adolescente carregava, acusando o menino de ter roubado um relógio. O homem também chamou a segurança do shopping.
O pai disse que só deixaria a revista acontecer na presença de uma autoridade policial. Nisso, o funcionário voltou para a loja e José Luís foi atrás para reclamar com a gerência que descaradamente reafirmou o a acusação racista do funcionário. Dessa forma, Luís insistiu na presença da polícia para a revista acontecer e a loja não tomou nenhuma providência para chamar os policiais, que quando vieram – pois Luís os chamou – foi atendido fora da loja e sem a presença de alguém da Centauro, o que só escancara ainda mais a abordagem racista que ambos sofreram. A polícia não menos racista, não entrou na loja e disse que isso só seria possível depois do fechamento, mostrando que se preocupam muito mais com o lucro e imagem da loja do que com o caso de racismo.
No fim, a revista não foi feita porque convenientemente “não foi devidamente preservado o local da ocorrência” disseram os policiais, na intenção clara de proteger a empresa contra crime de racismo. Em boletim, Luís constou que “se sentiu constrangido e humilhado, principalmente por terem acusado seu filho de ter furtado um produto sendo que de fato não ocorreu”.
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