RAP "Pogresso" escrito, produzido e gravado por MC Tergan, retratando as desigualdades e contradições impostas pelo capitalismo no Brasil, com uma perspectiva da luta de classes para mudança.

Originalmente chamada de Máquinas de Evolução, a música Pogresso evoca os males da industrialização acelerada e conturbada que aconteceu no Brasil (principalmente em São Paulo), e as demais patologias que dela descendem como a escravidão moderna, o desmatamento e a desigualdade. O som do apito de um trem a vapor faz alusão justamente a à revolução industrial tardia, que predominou no Brasil na primeira metade do século XX e contrasta com um baixo contundente que carrega a seriedade da música, sem desconsiderar a ironia e o humor em certos trechos da letra: "Vamo vender bombom na loja do irmão do Edu (Bolsonaro), ele lava dinheiro e a gente toma... um ar".

A música felizmente já está desatualizada, pois o ’endemoniado’ ministro Salles já não ocupa a pasta do meio ambiente, mas ela não deixa de manter uma mensagem concreta de fé, tanto a própria fé religiosa que faz parte de minha subjetividade e de muitos trabalhadores para os quais a música foi destinada, como também, e em nada menos importante, a fé na mudança carregada pelos próprios proletários atingidos por esse sistema capitalista absurdo, opressor e excludente.

As imagens finais no clipe são da rebelião dos cidadãos no Amapá, no contexto de apagão que sofreu a região no final de 2020, um violento descaso com as famílias, onde pessoas morreram pois hospitais não tinham energia em plena pandemia de Covid-19, sem contar os alimentos que estragaram, e outros diversos serviços essenciais deixaram o povo pobre sem a mínima qualidade de vida. O fornecimento de energia da região havia sido privatizado e terceirizado pelo estado.