sábado 27 de outubro de 2018 | Edição do dia
O reacionário candidato do PSL à Presidência da República entrou com ação pedindo a cassação da candidatura de Fernando Haddad do PT. Motivo, propaganda ilegal de Roger Waters em seus shows. Evidência: ter chorado pelo mestre Moa e por ter denunciado assassinato de Marielle Franco.
Em uma só ação Bolsonaro conseguiu unir a censura a um artista e seus posicionamentos políticos, e assumir a carapuça de quem denuncia esses assassinatos políticos estaria fazendo campanha contra ele.
A tentativa de censura de Waters acontece na mesma semana que dezenas de universidades foram invadidas à mando da justiça eleitoral para impedir colocação de faixas “anti-fascistas” ou que denunciavam a ditadura militar.
A peça judicial de Bolsonaro e do PSL diz “O conluio é tão claro que foi relatado pelos meios de comunicação que o cantor Roger Waters chegou a chorar por causa da morte de mestre Moa.” O pedido autoritário de Bolsonaro também menciona o uso da expressão ele não, neo-fascista, e por ter homenageado Marielle e suas “sementes”.
O pedido de Bolsonaro a um judiciário que interviu e manipulou estas eleições para conseguir dar andamento a um aprofundamento do golpismo e suas medidas de ataque à classe trabalhadora escancara o reacionarismo de suas posições políticas. Quem repudia assassinatos políticos cometidos por seus defensores (Moa) ou que homenageiam Marielle que nunca teve seu assassinato sequer repudiado por Bolsonaro, e pelo contrário, é atacada por seu filho e seu apoiador Witzel no Rio de Janeiro.
O judiciário ainda não se pronunciou sobre o pedido reacionário e deixar ele andando e não rechaça-lo de pronto escancara sua tentativa de que nestas eleições haveriam “excessos” dos dois lados e que o judiciário deve se alçar como tutelador acima de todos para garantir os interesses empresariais no país.
Temas