Presidiários enfrentam infestações de insetos propagadores de doenças, falta de luz natural e ventilação e racionamento de água. Dos 27 presídios da vistoria, 23 estavam com ocupação maior que a capacidade projetada, ocupada em sua maioria por jovens negros.
sexta-feira 1º de abril de 2022 | Edição do dia
Imagem de arquivo/Agência Brasil
Segundo o Relatório da Defensoria Pública, 81,48% das unidades prisionais do estado de São Paulo estão superlotadas. Em abril de 2021, 70% das unidades prisionais já estavam superlotadas.
Após a vistoria de 27 estabelecimentos que abrigam detentos em regime fechado, foram contabilizados 23 com maior ocupação do que a capacidade projetada: o presídio com menor taxa de superlotação tinha 113,9% de ocupação e o com a maior taxa tinha 230,5%.
Na unidade do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, foram encontrados 43 presos dividindo uma cela com capacidade máxima de 12.
179 estabelecimentos (88 penitenciárias e 49 CDPs) abrigam 201 mil detentos, 23% deles provisórios. Os presos são em sua maioria negros (60,18%) e jovens (42,88%), 44% deles sem ensino fundamental e 40% processados por tráfico de drogas.
O relatório relata os presídios sem colchões, onde os presos precisam dormir em laminados de espuma sem revestimento e propagadores de doenças, que contam com a infestação de insetos e percevejos. Além disso, falta iluminação, já que as grades não são gradeadas, e impede a entrada de luz natural e ventilação.
A Secretaria de Administração Penitenciária negou superlotação e afirmou que todas as unidades possuem banhos quentes, mas 85,71% dos presídios racionam água e, em algumas delas, só é liberado o uso de água por uma a duas horas por dia.