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AJUSTE FISCAL E DIREITOS DEMOCRÁTICOS | Dilma ataca as mulheres trabalhadoras com cortes nas creches e desemprego

A taxa de desemprego para setembro desse ano foi de 7,6%. Para as mulheres, no entanto, dados de maio dizem que a taxa foi de 9,6%, segundo o IBGE, enquanto que, para os homens, foi de 6,6%. Isso indica como a condição da mulher é a mais precária do mercado de trabalho.

sábado 24 de outubro de 2015 | 00:00

Na UNICAMP, já são cerca de 500 trabalhadores terceirizados demitidos pela troca da empresa terceirizadora, e a sua maioria são mulheres negras. É escancarado como as mulheres e os negros são os mais afetados com os ajustes do governo Dilma, são demissões que aumentam a taxa de desemprego, são os reajustes que derrubam a renda dos trabalhadores e é o aumento da inflação que encarecem sua vida. São ataques e mais ataques à classe trabalhadora que acabam precarizando brutalmente a qualidade de vida das mulheres, principalmente mulheres negras. Ao mesmo tempo em que ocorre a crise econômica, leis reacionárias são passadas no Congresso, como a que anula o direito da pílula do dia seguinte para vítimas de estupro e o Estatuto da Família.

Além disso, há o fato de que mulheres recebem cerca de 30% a menos que os homens, isto é, a queda da renda é mais sensível a esse setor. E essa precarização da vida da mulher hoje no Brasil se fortalece nos trabalhos precarizados também com a terceirização, que ainda é um trabalho com carteira assinada, sem contar os trabalhos não-regulamentados, sem carteira de trabalho. Essa situação fica mais alastrada com a dificuldade de acesso ao seguro desemprego, que desemboca em demissões e direitos arrancados das mãos de mães, mães solteiras e mulheres trabalhadoras num geral.

A luta das mulheres é a luta contra os governos

No âmbito dos cortes, a questão da mulher também deve levar atenção na educação, afinal os cortes da educação, do governo Dilma, chegam a R$9,2 bilhões. Dessa verba que deveria ser da educação, 37% seria destinado à construção de creches e de escolas infantis, portanto um ataque direto às mulheres. O aumento de vagas em creches foi uma promessa de Dilma não cumprida e negada. A luta por vagas na creche da USP é um exemplo de como os governos federal e estadual vêm atacando e como só a mobilização pode mudar esse quadro.

Dentro desse debate está a responsabilidade do governo do PT, tanto no fato de ter triplicado a terceirização no país, como as ações sindicais, através da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A CUT e sua demagogia com a paridade entre mulheres e homens em sua diretoria quer mascarar fatos como a abertura para o conservadorismo brasileiro fazer política. Foi o governo do PT que deu passagem para que reacionários como Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, Feliciano (PSC) e Bolsonaro (PP) abrissem suas asinhas e pusessem em debate a criminalização da heterofobia, redução da maioridade penal e afogassem a discussão sobre a legalização do aborto, questões essenciais para que os setores oprimidos da classe trabalhadores garantirem que milhares de mulheres, LGBT e negros não morram por ano no Brasil.

Por isso a importância da discussão de que a esquerda tome esses debates contra os ajustes e em defesa da mulher e dos setores oprimidos, para não deixar que o PT arraste consigo milhares de mulheres em trabalho precarizado, mortas por aborto clandestino, e, até mesmo, arraste elas para fora do mercado de trabalho e não garanta sua renda. Que a esquerda arrebate o inimigo que está a serviço das classes dominantes e contra a classe trabalhadora, por uma perspectiva antigovernista e com um programa a favor da classe trabalhadora. As mulheres a frente nesse processo é imprescindível, sua organização através dos locais de trabalho é que vai barrar a crise descarregada na costa dos trabalhadores. Também é importante que a luta seja contra a burocracia sindical, como a CUT, que atravanca a luta das mulheres trabalhadoras e que mascarar a precarização da vida. Hoje, não adianta apenas que brademos "FORA CUNHA", "FORA LEVY", mas sim lutarmos também contra o governo que deu espaço para que essas ideias conservadoras aparecessem.




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