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REABERTURA INSEGURA DAS ESCOLAS | Professores alertam há meses e só agora secretário de saúde de SP admite risco com retorno das aulas

Os professores em greve estão alertando há meses e somente agora o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, resolveu dizer à CBN que é favorável à suspensão das aulas presenciais nas escolas diante do agravamento da pandemia de Covid-19 no Estado. Apesar das palavras, o governo Doria segue permitindo que professores, funcionários e membros da comunidade escolar se contaminem e percam suas vidas com a política de reabertura insegura das escolas.

terça-feira 2 de março de 2021 | Edição do dia

Com atraso e sem modificar a política do governo que está submentendo as comunidades escolares aos riscos da pandemia, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse ser favorável à suspensão das aulas presenciais nas escolas diante do agravamento da pandemia de Covid-19 no Estado. O tema, segundo ele, será discutido nos próximos dias, enquanto isso as escolas seguem reabertas de maneira insegura graças à política do governo Doria, que já levou vários professores e membros da comunidade escolar à morte pela doença, desde que as escolas foram reabertas.

"Isso é um tema que estamos discutindo. Se estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, frente a um colapso, temos de avaliar a circulação das pessoas em situações que poderiam ser evitadas e uma delas é a escola", disse Gorinchteyn na manhã desta terça-feira, 2, em entrevista à rádio CBN. No entanto essa conclusão chega atrasada, foi necessário antes expor milhares de professores, funcionários, alunos e seus familiares. Casos chocantes como o da aluna de 13 anos que morreu em Campinas, por complicações de Covid-19, não foram suficientes para o governo retornar à situação emergencial de aulas remotas.

O que o secretário falou, que o problema não está dentro da escola, é algo que os professores vieram denunciando e desmentindo. Assim como Doria, o secretário insiste em mentir que as escolas possuem condições sanitárias de funcionamento, sem riscos. Mas a realidade mostra a falta de itens básicos como máscaras, sabão líquido e álcool em gel em quantidades suficientes para seguir os protocolos de segurança. Além do fato da estrutura de muitas escolas precisar há décadas de reformas, serem mal ventiladas e dificultar o necessário distanciamento social. Também há a situação de superlotação das salas de aula, graças à não contratação de novos professores que é um legado dos governos do PSDB no Estado, onde são mais de 35 mil professores contratados de maneira precária e praticamente sem direitos, que Doria e seu secretário fingem não ver.

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O secretário falou na CBN que "É a circulação das pessoas no entorno, professores, alunos, pais, o transporte público, a exposição que acabamos colocando as pessoas", afirmou. Gorinchteyn disse ainda que um "lockdown", com fechamento de todo o comércio e restrição à circulação nas ruas, não é factível no Brasil. "Não temos capacidade no nosso País de fazer ’lockdown’, as pessoas vão morrer de fome, vamos ter um problema civil, social."

Ai se vê outra face da política assassina desse governo, que prefere enviar os trabalhadores, seus filhos e familiares à morte do que racionalizar o combate à pandemia. O governo se exime de produzir junto às grandes indústrias os itens de primeira necessidade, como os EPI’s e insumos hospitalares que poderiam tratar dos casos atuais e impedir novas contaminações.

Também permite que os patrões mafiosos dos transportes públicos sigam lucrando com a redução de frota que coloca menos linhas circulando, enquanto mantém as tarifas altíssimas, obrigando a população a ir e voltar do trabalho e da escola em meio às aglomerações. Além do fato de que os trabalhadores de serviços não essenciais não poderem deixar de trabalhar, porque o governo e os patrões preferem garantir os lucros e o pagamento da fraudulenta dívida pública, ao invés de assegurar o trabalho remoto remunerado ou um auxílio emergencial no valor suficiente para que as famílias desempregadas e pobres possam se sustentar.

No Estado de São Paulo, as escolas foram consideradas serviços essenciais, como supermercados e farmácias. Isso significa que podem ficar abertas mesmo nas fases mais restritivas da quarentena.

Para Rossieli Soares, secretário da educação do estado, e os representantes dos capitalistas, que inclui a rede privada, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir, sem responder de fato aos enormes riscos e ainda buscando justificar que se preocupam em primeiro lugar com as crianças e adolescentes. A preocupação evidente desses inimigos dos trabalhadores é com os lucros. Por isso, a despeito do reconhecimento tardio dos riscos que a abertura das escolas nesse cenário impõem, em essência o secretário mantém a linha de Doria de lucro acima da vida, não só com a continuidade das escolas abertas no estado, mas também por não se ter um plano sério de combate à pandemia frente à mais de 255 mil mortes registradas no país e uma previsão de colapso dos sistemas de saúde.

Doria há um tempo vem surfando na onda da distribuição da vacina para se promover politicamente, porém o que se sabe sobre a realidade de São Paulo, é que não existe nem a vacinação de todos os profissionais da saúde, que são linha de frente do combate à Covid, além disso, os demais trabalhadores de São Paulo, seguem com a incerteza de suas próprias vidas, pois estão longe de serem vacinados.

As comunidades escolares é que devem decidir sobre o retorno presencial, o que até o momento não foi feito devido ao autoritarismo e imposição do governo Doria.

Com informações da Agência Estado.




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